ATA DA CENTÉSIMA DÉCIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA
SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM
1º-12-2014.
Ao primeiro dia do mês de
dezembro do ano de dois mil e quatorze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores
Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo,
Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Thiago, Fernanda Melchionna, João Carlos
Nedel, Jussara Cony, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Mario Fraga, Mario
Manfro, Mauro Pinheiro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Paulo
Brum, Pedro Ruas, Professor Garcia, Séfora Mota e Tarciso Flecha Negra.
Constatada a existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Alberto Kopittke, Any
Ortiz, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Bosco
Vaz, João Derly, Márcio Bins Ely, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Valter
Nagelstein e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: o Projeto de Lei do
Legislativo nº 240/14 (Processo nº 2604/14), de autoria do vereador Delegado
Cleiton; o Projeto de Resolução nº 034/14 (Processo nº 2598/14), de autoria do
vereador João Carlos Nedel; o Projeto de Lei do Legislativo nº 238/14 (Processo
nº 2586/14), de autoria do vereador Marcelo Sgarbossa; o Projeto de Decreto
Legislativo nº 005/14 (Processo nº 2614/14), de autoria do vereador Reginaldo
Pujol; e o Projeto de Lei do Legislativo nº 230/14 (Processo nº 2508/14), de
autoria do vereador Waldir Canal. Também, foram apregoados os Ofícios nos 1076,
1077, 1089, 1078 e 1083/14, do Prefeito, encaminhando os Projetos de Lei
Complementar do Executivo nos 012, 013 e 014/14 e os Projetos de Lei
do Executivo nos 039 e 040/14 (Processos nos 2758, 2759,
2783, 2757 e 2782/14), respectivamente. Do EXPEDIENTE, constou o Ofício nº
1274/14, de Marcos Alexandre Almeida, Coordenador de Filial da Caixa Econômica
Federal. A seguir, o Presidente registrou o comparecimento, neste Legislativo,
do Secretário Municipal do Meio Ambiente Cláudio Dilda e do Supervisor de Meio
Ambiente Mauro Gomes de Moura, concedendo a palavra a Suas Senhorias, que
discorreram sobre as compensações vegetais no Município de Porto Alegre. Após,
o Presidente concedeu a palavra aos vereadores Fernanda Melchionna, em tempo
próprio e em tempo cedido pelo vereador Pedro Ruas, Mario Fraga, Bernardino
Vendruscolo, Sofia Cavedon, Lourdes Sprenger, Dr. Thiago, Idenir Cecchim e
Clàudio Janta. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador Márcio Bins
Ely. Em prosseguimento, o Presidente concedeu a palavra, para considerações
finais, ao Supervisor de Meio Ambiente da Secretaria Municipal do Meio
Ambiente, Mauro Gomes de Moura. Os trabalhos foram suspensos das quinze horas e
quarenta e cinco minutos às quinze horas e quarenta e nove minutos. Em GRANDE
EXPEDIENTE, pronunciaram-se os vereadores Bernardino Vendruscolo e Idenir
Cecchim, este em tempo cedido pelo vereador Cassio Trogildo. Às dezesseis horas
e nove minutos, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA.
Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do
Executivo nº 029/14 (Processo nº 1994/14) em sua parte vetada, considerando-se
mantido o Veto Parcial oposto, por quinze votos SIM, dez votos NÃO e duas
ABSTENÇÕES, após ser discutido pelos vereadores Sofia Cavedon, Reginaldo Pujol,
Clàudio Janta, Dr. Thiago, Alberto Kopittke, João Carlos Nedel, Jussara Cony,
Valter Nagelstein, Mauro Pinheiro, Marcelo Sgarbossa e Fernanda Melchionna e
encaminhado à votação pelos vereadores Any Ortiz, Clàudio Janta, Sofia Cavedon,
tendo votado Sim os vereadores Alberto Kopittke, Clàudio Janta, Dr. Thiago,
Fernanda Melchionna, João Derly, Jussara Cony, Lourdes Sprenger, Marcelo
Sgarbossa, Mauro Pinheiro, Pedro Ruas, Séfora Mota, Sofia Cavedon, Tarciso
Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal, votado Não os vereadores Airto
Ferronato, Alceu Brasinha, Guilherme Socias Villela, João Bosco Vaz, João
Carlos Nedel, Mario Fraga, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Reginaldo
Pujol e optado pela Abstenção os vereadores Delegado Cleiton e Professor
Garcia. A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador Clàudio
Janta, deferido pelo Presidente, solicitando a votação em destaque das Emendas
nos 18, 35 e 108 ao Projeto de Lei do Executivo nº 036/14 (Processo
nº 2397/14). A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria da vereadora
Fernanda Melchionna, deferido pelo Presidente, solicitando que fosse retirado o
Requerimento de votação em destaque das Emendas nos 01, 03, 04, 05 e
114 e das Subemendas nº 01 às Emendas nos 03, 04 e 05 apostas ao
Projeto de Lei do Executivo nº 036/14. Em Discussão Geral e Votação, esteve o
Projeto de Lei do Executivo nº 036/14 (Processo nº 2397/14), que, após ser
discutido pelos vereadores Fernanda Melchionna, Reginaldo Pujol, Dr. Thiago,
Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Lourdes Sprenger, Sofia Cavedon e Jussara
Cony, teve a sua discussão suspensa em face da inexistência de quórum
deliberativo. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 036/14, o vereador Bernardino Vendruscolo
cedeu seu tempo de discussão à vereadora Lourdes Sprenger. Na oportunidade, constatou-se a existência de
quorum, em verificação solicitada pelo vereador Clàudio Janta. Às dezoito horas
e vinte e quatro minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, em
verificação solicitada pela vereadora Fernanda Melchionna, o senhor Presidente
declarou encerrada a Ordem do Dia. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª
Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 025/14 e os Projetos de
Lei do Legislativo nos 204 e 212/14; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 027/14, discutido pelo vereador Clàudio Janta, e
os Projetos de Lei do Legislativo nos 097, 165, 178, 182/14, este
discutido pela vereadora Sofia Cavedon, 200, 221/14, este discutido pelo
vereador Clàudio Janta, e 222/14. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciaram-se os vereadores Clàudio Janta, Cassio Trogildo e Sofia Cavedon.
Durante a Sessão, o vereador Reginaldo Pujol manifestou-se acerca de assuntos
diversos. Também, foram registradas as presenças, neste Plenário, de Zé Lima,
vereador do Município de Viamão – RS. Às dezoito horas e cinquenta e um
minutos, esgotado o prazo regimental de duração da Sessão, o Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os
trabalhos foram presididos pelos vereadores Professor Garcia, Mauro Pinheiro,
Delegado Cleiton e Mario Fraga e secretariados pelo vereador Guilherme Socias
Villela. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada,
será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Hoje temos o comparecimento do Sr. Cláudio Dilda, Secretário
Municipal do Meio Ambiente, e do Sr. Mauro Gomes de Moura, Supervisor de Meio
Ambiente da SMAM, que abordarão o tema das compensações vegetais no Município
de Porto Alegre. Convido-os a compor Mesa.
O Sr. Cláudio Dilda está
com a palavra.
O SR. CLÁUDIO DILDA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, é com uma satisfação muito
grande que, atendendo ao convite da Ver.ª Fernanda Melchionna, nós estamos aqui
para esclarecer algumas questões acerca do tema que o Presidente desta Casa
acaba de mencionar, que são os termos de compensação vegetal.
Quero, sinceramente,
Ver.ª Melchionna, agradecer este convite, porque ele se transforma numa
oportunidade ímpar de resgatarmos algumas questões sobre a Secretaria Municipal
de Meio Ambiente. Não antes de registrar que – e aqui está o Ver. Villela,
Prefeito à época da sua criação –, em 2016, completará 40 anos. A partir do
próximo ano, espero, Vereador, que comecem a se preparar, principalmente no que
diz respeito às necessárias adequações para festejar os 40 anos da SMAM, a
primeira Secretaria de Meio Ambiente do Brasil, quando ainda na base do
Movimento Social se tratava de meio ambiente, já que a política nacional do
meio ambiente só viria a ser estipulada mediante Lei nº 6.938, em 1981.
Na verdade, eu gostaria
neste momento de dividir o tempo em dois e dois minutos, porque, como temos 15
minutos, eu quero deixar 10 minutos para o Supervisor de Meio Ambiente, a quem
foi atribuída a responsabilidade de apresentar o cenário técnico.
Meus caros Vereadores,
meus caros cidadãos, a SMAM tem sob sua responsabilidade parques, praças,
jardins, cemitérios, arborização urbana, cerca de 1,2 milhão árvores, são mais
de 620 praças, 8 parques urbanos e 4 unidades de conservação, além do
licenciamento ambiental pleno para todas as atividades que são efetivas, ou
potencialmente poluidoras nos termos da lei e que são obrigadas a se licenciar.
Meus caros Vereadores, a SMAM, que foi dimensionada para determinados tipos de
serviços, décadas atrás, hoje está subdimensionada. Se, por ventura, a SMAM
pudesse dispor de mais, digamos, 25 técnicos para a área de Licenciamento
Ambiental, e considerando que há mais de 20 anos não temos concurso para
operariado, portanto, com a opção apontando para a terceirização dos serviços,
se nós, para 2015 – nós, me refiro a SMAM – pudermos licitar, o edital está
pronto, a terceirização de podas e remoções, com certeza estaremos oferecendo
para a população de Porto Alegre um serviço melhor. No que diz respeito aos
termos de compensação vegetal, objeto do convite para participarmos desta
Sessão, advém desde 1983 – não entrarei no detalhe porque o Mauro vai fazê-lo.
Ora, se esta Secretaria vem, sistematicamente, tendo deficiências
orçamentárias, obviamente buscou se aparelhar para poder atender, de
preferência, o melhor possível, no exercício de suas atividades previstas na
lei de criação. Como forma de fazer frente à existência desses decretos, a SMAM,
no decorrer de 2013, trabalhou um projeto de lei complementar que, desde
setembro do ano passado, tramita nesta Casa – é o Projeto de Lei nº 013/2013,
que deverá ter audiência pública e votação na próxima semana. Pois bem, se os
termos de compensação vegetal, por um lado, até porque foram objeto de um
questionamento do Ministério Público, que se tornou uma ação civil pública que
obrigou a rever o decreto de 2011. Nesse sentido, meus caros Vereadores, e
considerando que o Tribunal de Contas do Estado fez uma auditoria especial dos
termos de compensação vegetal de 2007 a 2012, considerando que chegou à SMAM em
maio de 2013 e que se tomou conhecimento dessa questão, a determinação foi de
que se trabalhasse aquele que recebeu o PLCE nº 013/13 para que, além de sustentação
jurídica, desse a segurança necessária para o corpo técnico da SMAM atuar.
Concluo pedindo que o
projeto de lei complementar, ora chegando e, sinceramente, como Secretário, se
é que a gente pode fazer isso, Sr. Presidente, fosse analisado sob essa ótica,
porque ele vai deixar mais claro e transparente. Na SMAM, inclusive, as
licenças estão na Internet, não tem capa preta, é aberto, transparente. Para a
segurança jurídica e os efeitos de uma gestão ambiental plena, este projeto de
lei será um fantástico instrumento.
Se me permitirem, eu
pediria que observassem, analisassem, criticassem, meus caros Vereadores, mas
deem-nos esse instrumento, porque, Porto Alegre, interpretada assim, os
cidadãos vão agradecer.
Portanto, praças e
parques, que são lugares de contemplação, recreação, lazer, precisam, sim, de
um olhar e de uma ação mais intensos. A SMAM conta com a sensibilidade dos
senhores; a SMAM espera poder dispor, a partir de janeiro do próximo ano, desse
instrumento resultante do Projeto de Lei Complementar nº 013/13.
Para a explanação
técnica, passo a palavra ao Sr. Mauro Moura, Supervisor de Meio Ambiente da
SMAM. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. MAURO GOMES DE MOURA:
Professor Garcia, Presidente desta Casa; em seu nome
cumprimento todos os Vereadores e os ouvintes aqui presentes. Vou tentar ser
bastante rápido – dez minutos é pouco tempo –, mas nos solicitaram que
falássemos sobre a auditoria especial que o Tribunal de Contas fez na SMAM, no
período de 2007 a 2012. Essa informação, de 2007/2014, do Tribunal de Contas,
sobre esse período, está ali, e o exercício examinado foi de 2007 a 2102, sendo
entregue o relatório para SMAM em 2013. A informação foi motivada pela
ocorrência de fatos relevantes que se apresentaram por ocasião da auditoria,
correspondentes ao exercício de 2007 a 2012, na realidade, visando a
verificação de irregularidades nos cumprimentos de TCV, de acordo com os
decretos de 2011 e os decretos de 2006.
Só para entender como
isso funciona, quando se abre um processo administrativo, na SMAM, de
licenciamento ambiental, é feita a avaliação da possibilidade da remoção
vegetal. Depois dessa avaliação, excludentemente, são vistas três formas de
compensação: o plantio de árvores no terreno, o plantio de árvores no entorno,
nas vias públicas, e, se isso não puder ocorrer, a compensação de outra forma.
Isso é gerado um Termo de Compromisso Ambiental, os famosos TCVs, é emitida a
autorização para remoção, poda ou transplante, são emitidas as licenças para
construir. Somente após a comprovação do cumprimento dos TCVs é que o órgão
ambiental libera a licença de operação, conforme o tipo de empreendimento, ou
Termo de Recebimento Ambiental. Então, nós não localizamos ainda, na SMAM, que
esse circuito não tivesse sido seguido nos licenciamentos que lá ocorrem.
Eu gostaria de comentar
aqui dois conceitos que vou usar na palestra, que estão nos documentos do
Tribunal de Contas; um deles é o que a gente chama de divergência, ou seja, por
exemplo, nos TCVs de 2007, foram encontradas três divergências com relação ao
valor que o Tribunal acha que deveria ter sido recebido e o valor realmente
recebido. Vocês podem ver, são pequenas diferenças. Por que isso? Porque,
quando havia conversão, por exemplo, eram convertidos, em tutores, aqueles
sarrafos que seguram as árvores em crescimento. Se a SMAM pedia mil tutores, a
empresa conseguia comprar esses tutores, e como era em número grande, de forma
mais barata, no comércio. Então, por isso aquela diferença de R$ 46 mil para R$
44 mil porque, quando nós pedíamos mil tutores, e eles entregavam mil tutores,
aí as empresas conseguiam comprar de forma mais barata no comércio. Essas são
as divergências apontadas pelo Tribunal.
Os outros são os não
localizados. Todos os senhores lembram do esforço que foi feito pelo Governo
Municipal para criar o EdificaPOA e ter toda a centralização de documentação da
Prefeitura, documentação de licenciamento, tanto da SMAM como da SMURB, de
forma organizada. Então, no período da auditoria não foram localizados vários
processos de licenciamento. Então, quando se fala em divergências, foram seis
processos não localizados em 2007, por exemplo, foram processos não
encontrados, mas estamos procurando e já estamos achando a maioria deles.
Então, ali estão as
divergências ano a ano. Em 2007 tínhamos 25 TCVs, foram 17 avaliados pelo
Tribunal de Contas, três tinham divergências e seis não foram localizados. Para
os processos não localizados, nós achamos a documentação de todos ou as
empresas comprovaram os recibos que tinham recebido da SMAM e comprovaram,
junto ao processo, que abrimos, individualmente, para cada uma das
divergências, para apresentar ao Tribunal de Contas.
Em 2008, do total de 44
processos, foram 17 TCVs avaliados, 13 foram encontrados com as divergências que
já falei antes e nove não foram localizados. Aqui, em 2008, temos o caso de
duas cooperativas habitacionais que estão com dificuldades de pagar os TVCs.
Alguns Vereadores têm nos procurado para ajudar a solucionar o problema dessas
duas cooperativas. Essas duas cooperativas somam, em 2008, um total de 242 mil
UFMs.
Em 2009 foram 62 TCVs,
19 divergências e seis não localizados. Para os seis processos não localizados,
durante a inspeção do Tribunal, foram apresentados documentos, por parte das
empresas, comprovando o cumprimento de três TCVs, totalizando 53 mil UFMs. Um
dos processos de 60 mil UFMs é do DMAE, o qual estamos localizando a
documentação, e tenho certeza de que foi cumprido.
Em 2010, desse ano ainda
estamos verificando todos os processos – acabamos agora de verificar o ano 2009
– são 62 TCVs, 25 foram avaliados, 22 com divergências, 12 não localizados.
Para os processos não localizados, já localizamos a documentação até o valor
efetivo de 182 mil UFMs. E tem um processo sozinho, que ainda não foi
localizado, que corresponde a 291 mil UFMs, muito próximo do valor total.
Em 2011, nós tivemos 39
TCVs no processo, 28 avaliados pelo Tribunal; 16 com essas divergências e um
não localizado. Nesse não localizado, nós estamos tentando descobrir se esse empreendimento
realmente foi instalado ou não, porque nós temos empreendimentos que não se
instalaram.
Em 2012, nós tivemos 26
TCVs, 23 avaliados, só três com divergências e 11 que não foram localizados –
quatro processos não localizados representam quase a totalidade desses valores.
Bom, o Tribunal de
Contas diz que esses quadros que eu mostrei demonstram situação irregular que
precisa ser sanada pelo Poder Público Municipal imediatamente, sendo que a
abordagem específica da ocorrência de irregularidades foi apontada diante do
parecer do próprio Tribunal.
Tenho uma observação, e
isso é importante porque nós corrigimos isso no PLC nº 013/13, que o Secretário
citou, o Tribunal diz que desse modo, não resta dúvida de que, visando ao
efetivo cumprimento da compensação vegetal, é mais adequado que o Poder Público
Municipal, por meio da regulamentação que lhe compete, autorize uma intervenção
vegetal apenas após o TCV ter sido efetivo e integralmente cumprido. Isso
gera... nós corrigimos o projeto de lei de outra forma, mas no decreto atual,
nas formas dos decretos que vêm ao longo dos anos, isso é impossível, porque
nós teremos que esperar até dois anos que a arborização fosse plantada para
poder depois licenciar normalmente os edifícios em Porto Alegre. Então, se nós
fôssemos cumprir, dentro das regras atuais, esse item, nós só poderíamos
licenciar os prédios para construção, cerca de dois anos depois do pedido de
licenciamento. Ou seja, após as árvores todas terem sido implantadas. Não se
fazia isso; autorizava-se a construção, paralelamente ao plantio, que leva mais
ou menos o mesmo tempo de implantação.
Essa é uma observação
importante, porque, quando o Tribunal de Contas esteve na SMAM, nós já
estávamos com o projeto de lei aqui na Câmara de Vereadores para corrigir todos
os fatos apontados pelo Tribunal. Nós temos certeza de que o PLC nº 013/13, que
está aqui, corrige tudo que foi apontado pelo Tribunal. E cumpre referir que
tramita, na Câmara de Vereadores, o PLC nº 013/13, que pretende, além da
revogação do Decreto de 2011, modificar significativamente a metodologia de
compensação vegetal no Município de Porto Alegre, criando a figura do
certificado de compensação vegetal – como já trocamos o nome aqui. Tal
modificação, em princípio, facilitará o controle do cumprimento das
compensações vegetais no Município de Porto Alegre, o que é um fato.
Como o Secretário já
disse, o primeiro Decreto de compensação vegetal vem de 1983; ele se repete com
algumas modificações. Na realidade, isso é um grande erro, porque a Lei
Orgânica de Porto Alegre diz que este assunto só poderia ter sido regrado, no
passado, por lei complementar, e, desde 1983, vem sendo regrado por decreto, o
que contraria a Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. Era isso. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Secretário Dilda e Diretor Mauro. A Ver.ª Fernanda
Melchionna está com a palavra.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; cumprimento o Secretário
Cláudio Dilda e o Mauro. Quero salientar a importância deste momento, porque as
informações trazidas pela Inspeção Especial são extremamente assustadoras sob o
ponto de vista da dívida ambiental com o Município de Porto Alegre e com TCVs,
os Termos de Compensação Vegetal, que não estão sendo cumpridos. Entendendo,
Secretário, como diz a Constituição, o Governo, como uno, indivisível, porque
muitas das críticas são referentes a fatos ocorridos quando o senhor ainda não
estava à frente da SMAM, mas foi dentro desta gestão que aconteceram
verdadeiros descontroles e a apuração de prejuízos dificilmente mensuráveis,
porque estamos falando de trocas de vegetais por equipamentos.
Eu quero dividir esta
intervenção em três temas, mas, antes disso, quero cumprimentar todos e todas
que vieram acompanhar a votação do Orçamento. Muitos têm emendas importantes,
como os artistas, os da Educação Infantil, e tantas outras emendas populares.
Quero fazer uma saudação
especial aos amigos da Cooperativa Marcos Klassmann, que estão aqui entre nós e
que, infelizmente, estão com uma ordem de reintegração de posse; é uma ocupação
da comunidade, que lutou, ao longo dos anos, para pagar, através da sua
cooperativa, como foi sugerido pelo Governo Municipal, e que, agora, está com a
faca no pescoço, na iminência de mais uma reintegração de posse, mesmo tendo se
organizado para fazer aquilo que tinha sido solicitado pelo Governo Municipal.
Então, eu quero, não só cumprimentá-los, mas dizer da importância de a Câmara
receber as lideranças para tentar intervir neste processo, porque é
inadmissível que trabalhadores e trabalhadoras fiquem na rua, enquanto, no
Brasil, morar ainda não é um direito, morar ainda é um privilégio. Recebam a
minha solidariedade, o meu apoio, e o apoio do
Ver. Pedro Ruas à luta de vocês.
Começo, então, com as
trocas. Nós vimos, na auditoria, uma questão que, há muito tempo, nós já
vínhamos criticando, Secretário, como oposição desta Câmara, muito antes de o
senhor estar à frente da Pasta, o fato de a Secretaria Municipal do Meio
Ambiente trocar, literalmente, árvores por motosserras, por motopodas, por
roçadeiras, por equipamentos; aquilo que deveria ser obrigação do Governo
Municipal, equipar uma secretaria tão importante como a SMAM, que, ao longo dos
anos vem sendo sucateada. O Orçamento de 2015, por exemplo, prevê 55% a menos
de valores para a SMAM, Ver.ª Lourdes, do que o Orçamento de 2014, justamente
quando nós estamos identificando essas questões escandalosas que aconteceram ao
longo dos anos. Eu estou com um exemplo aqui de 2007, em que, literalmente,
trocaram 1.191 mudas por aquisição de andaimes, motosserras e motopodas.
Infelizmente, na medida
em que o ambiente vai sendo devastado, aquilo que deveria ser a compensação
vegetal para garantir que não aumente a temperatura da Cidade, que a Cidade
siga arborizada, que siga a troca e a garantia da diminuição da poluição
causada pelo gás carbônico, tudo está sendo rifado. Estão, literalmente,
trocando por gasolina, por carros, por pick-ups,
por equipamentos de praça. E mais: equipamentos, e não plantio. Em alguns
casos, tutores de eucaliptos, o que é extremamente discutível. Uma árvore que
suga a água e que é extremamente danosa ao meio ambiente. Temos isso auditado
pelo Tribunal de Contas ao longo dos anos. De 2007 até 2012, cada um dos anos
traz exemplos escandalosos. Eu anotei: troca de 1.380 mudas por caminhão; 1.758
mudas por equipamentos; 1.003 mudas por roçadeiras. Qual a dívida disso para as
gerações futuras? O prejuízo ambiental irreparável ao longo dos anos. E o pior:
além disso, regulamentado pelo decreto de 2006 e flexibilizado pelo decreto de
2011, uma mudança brutal ocorreu nesses decretos, fazendo com que, em 2006, por
exemplo, só poderia ser derrubada a vegetação a partir da apresentação da
compensação feita, pronta. Então, a SMAM liberaria a empresa, a construtora
para fazer a devastação ambiental a partir da comprovação dessa compensação
realizada, o que, para nós, já é grave – trocar equipamentos por meio ambiente.
Em 2011, se flexibilizou ainda mais, permitindo que as empreiteiras levassem
horrores, apenas assinando um documento...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Ver.ª Fernanda Melchionna, o Ver.
Pedro Ruas se inscreve e cede o seu tempo a V. Exa., que poderá usar da palavra
por mais cinco minutos.
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Muito obrigada, Ver. Pedro Ruas, pela cedência do seu tempo. É um objeto
que analisamos juntos, tenho certeza de que vou representar V. Exa. na tribuna.
Em 2011, se
flexibilizou ainda mais, bastando assinar um termo de compensação vegetal e sair devastando, sem
nenhum controle das árvores que estão sendo derrubadas. Nós não aceitamos dizer
que são pequenos valores. O Mauro explicou aqui nesta tribuna que a diferença
de valores tem a ver com o menor preço dos mercados que os empreendedores
encontram. Mas, ora, o próprio decreto do Governo fala que uma muda equivale a
20 UFMs. Se foi encontrado mais barato, entre aspas, no mercado, é óbvio que a
SMAM tem que pedir mais materiais – pela lógica da SMAM –, porque, na nossa
opinião, tem que ser plantado, a compensação tem que ser realizada através da
manutenção da arborização da Cidade, da manutenção dos plantios necessários
tanto de árvores exóticas, quanto de árvores nativas, que também foi uma coisa
retirada do decreto de 2011 que devasta o nosso meio ambiente.
Mais do que isso: nós analisamos três aspectos, conforme auditoria do
Tribunal de Contas, que, todos os anos, foram cumpridos após o prazo
estipulado; vários dos termos de compensação vegetal foram cumpridos com
valores inferiores ao exigido pelo Decreto Municipal em vários casos. Em 2007,
o Município deixou de receber R$ 14.461,00. Em 2008, o Município deixou de
receber R$ 684 mil. Em 2009, o Município deixou de receber R$ 492.865,00. Em
2010, deixou de receber R$ 712 mil. Em 2012, deixou de receber R$ 878 mil,
totalizando mais de R$ 4 milhões de recursos que não vieram para os cofres
municipais, ou que não vieram nas compensações exigidas já de forma flexível
pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Recursos que poderiam ter sido
usados para melhorar o meio ambiente, melhorar o plantio na cidade de Porto
Alegre. Mais do que isso: R$ 2 milhões não conseguiram ser comprovados porque os documentos não foram localizados e enviados ao
Tribunal de Contas. Aí, com todo o respeito, eu não consigo acreditar que o
Governo não consegue localizar os seus próprios documentos. Aí, é muita
incompetência ter os documentos das compensações, e não conseguirem localizar
os documentos daquilo que deveria ser permanentemente fiscalizado. Mais: foi
perguntado pelo Tribunal de Contas do Estado quantas multas foram aplicadas,
quantas multas foram aplicadas àqueles que deixaram de cumprir a compensação
vegetal. Vocês sabem quantas multas foram aplicadas? Nenhuma multa foi aplicada
pelos dados apresentados pelo Tribunal de Contas do Estado. Para o trabalhador,
basta ficar sem recolher os impostos para ver o que acontece do ponto de vista
do sistema de tributação do Município – o IPTU e uma série de coisas que todos
são obrigados a pagar. Agora, para as grandes construtoras, para as
empreiteiras, para aqueles que fazem obras como fizeram lá na Zona Sul,
destruindo a nossa vegetação, esses podem! Tem um termo de compensação vegetal
já flexibilizado, e, ao mesmo tempo, não cumprem a responsabilidade com o
Município de Porto Alegre, não recebendo sequer uma multa pelos crimes
ambientais na nossa Cidade. Mais: nós temos, ao longo da auditoria, também o
descumprimento da própria Prefeitura no caso do “Minha Casa, Minha Vida”, em
que a compensação vegetal deveria ser realizada pelo Município quando ocorre e,
muitas vezes, ocorre. O Município deveria arcar com a compensação vegetal para
garantir o direito de moradia às famílias de baixa renda e que não houvesse impactos
ambientais. O Município mesmo descumpre uma lei municipal. Nós não podemos
aceitar essa lógica. Estamos extremamente preocupados com essa rota que vem
sendo tomada ao longo dos decretos que flexibilizaram 2006, depois, 2011; a
questão do sucateamento da SMAM. O Secretário – eu ouvi atentamente – falou
que, há 20 anos, não tem concurso técnico para operários. Nós somos parceiros
na luta pela abertura imediata de concurso técnico para fiscais, para
operários, para aqueles que garantem uma política municipal de valorização do
meio ambiente, mas nós não podemos silenciar diante...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA: ...Para concluir, eu quero dizer que não podemos silenciar
diante do prejuízo de mais de R$ 6 milhões causados ao Município de Porto
Alegre e dos danos ambientais, porque esses são impossíveis de botar na ponta
do lápis, pois estamos falando de milhares de mudas que deveriam ter sido
plantadas na nossa Cidade, Cidade esta que está mais poluída, que está mais
quente diante da irresponsabilidade que tem se tido com o meio ambiente. Muito
obrigada pela atenção de todas e todos. A Bancada do PSOL vai seguir nesta luta
em defesa do meio ambiente. (Palmas.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Mario Fraga está com a palavra.
O SR. MARIO FRAGA: (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Num primeiro momento, quero
agradecer ao Secretário e ao nosso Governo Fortunati por terem vindo aqui
tentar explicar, mais uma vez, o projeto que está para ser votado no próximo
dia 17. Há um acordo de Mesa e Lideranças de que teremos uma audiência pública
no dia 15 e, depois, dia 17, votaremos o projeto. No momento em que V. Sa.
falou, as suas explicações foram convincentes, mas, por outro lado, mesmo eu
sendo Vice-Líder do Governo nesta Casa, a Ver.ª Fernanda falou com propriedade
sobre algumas coisas que aconteceram na Secretaria. Digo que V. Exa. teve
propriedade porque não é culpa do meu Governo, não é culpa do Governo
Fortunati, são coisas que vêm na SMAM, que a gente acompanha há muito tempo, de
todos os Governos. O quadro técnico não se renova, não tem concurso, as
instalações são sempre as mesmas desde que foi inaugurada, lá em 1994, há 20
anos, no Governo do PT, a nova sede da SMAM, e continuam as mesmas coisas.
Prestei atenção também ao que o Mauro, o Supervisor, falou. Então, Secretário,
eu queria que V. Sas. me respondessem: na verdade, nós, que somos um pouco
leigos nesta área da vegetação, da troca, da compensação... Eu queria saber,
como usuário, quais as vantagens que esse projeto trará para o morador lá da
minha região, por exemplo, do Extremo-Sul, ou para a região da Zona Norte? Qual
a vantagem que trará, além da vantagem da parte técnica? Quero também saber por
que sempre foi por decreto que se colocaram os projetos na SMAM – o Ver.
Professor Garcia já foi Secretário. Por
que fizeram um projeto de lei e não um decreto? E também, Supervisor Mauro, V.
Sa. falou sobre alguns processos perdidos, eu não entendi. Aí eu ouço a Ver.ª
Fernanda Melchionna falar – olhe bem, sou Governo, e ela é oposição –, e eu
também não admito que a nossa Cidade tenha prejuízo. E o Supervisor Mauro
apresenta que há até projetos perdidos. Eu não consegui entender e faço este
questionamento, mesmo sendo do Governo, quero ajudar, Secretário. Nós fizemos
um acordo na Mesa, a Ver.ª Fernanda Melchionna participou, teria uma audiência
pública no dia 19, puxamos para o dia 15; o Governo, na minha pessoa, aceitou a
audiência pública, e para nós ficou o compromisso de votarmos no dia 17. Então,
quanto mais o nosso Governo vier aqui explicar o processo, V. Sas. estando aqui
à disposição e os Vereadores fazendo seus questionamentos, eu acho que será
melhor para a Cidade. Eu, ainda, gostaria de saber dessas respostas. Muito
obrigado, e boa sorte para aqueles que estão nas galerias.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver.
Professor Garcia; Sr. Cláudio Dilda, Secretário Municipal do Meio Ambiente,
nossos cumprimentos, tenho a maior admiração pela sua pessoa, como profissional
e como ser humano; o Sr. Mauro Gomes de Moura, da mesma forma, tenho admiração
pelo trabalho que desenvolve na Secretaria e pela relação que mantemos aqui
nesta Casa. Prezado Secretário, todos nós sabemos que a Secretaria Municipal do
Meio Ambiente – SMAM, é o cerne, o coração da Cidade. De lá emanam as grandes
demandas para a aprovação ou não dos grandes projetos de desenvolvimento da
Cidade. Não há dúvida que nós precisamos salientar que, com certeza, esta
Secretaria tem as suas dificuldades em razão dos problemas em si e das questões
de competência que são destinadas ou dadas aos técnicos que fazem as
avaliações. Por isso, eu fico a imaginar que, muitas vezes, V. Exa. também
possa ter alguma dificuldade com seus próprios colaboradores em razão de
entendimentos, porque são questões, muitas vezes, subjetivas e não tão
objetivas como nós, população de um modo geral, imaginamos. Nós, Vereadores,
quando andamos pela Cidade, é muito comum recebermos críticas sobre a demora
nas aprovações dos projetos, enfim.
Há muitos anos,
Secretário, que eu defendo aqui, desta tribuna, uma mudança radical no
comportamento, na prática, na cultura dos encaminhamentos dos projetos ao
Executivo. Eu tenho muito claro que um projeto, quando não atender, vamos dizer
assim, às mínimas condições, não deveria nem tramitar dentro da Casa. Há muito
tempo que nós estamos observando, em todas as Secretarias, os excessos de CCs e
de estagiários. Hoje, a grande empresa, independentemente do tamanho, coloca no
seu balcão, se assim podemos dizer, o quadro mais qualificado, porque a partir
dali são gerados ou não os conflitos. Eu não tenho dúvida que, no dia em que
nós conseguirmos enxergar um comitê na mesma sala, no mesmo ambiente, com um representante de todas as
Secretarias envolvidas para a aprovação de um determinado projeto, nós vamos
chegar, com certeza, a um patamar bem melhor do que aquele que nós vivemos
hoje. Não pode uma Secretaria estar localizada num local, num prédio, a outra
estar localizada em outro, e o projeto físico andar tramitando e aguardando,
muitas vezes, sim, a boa ou a má vontade, o bom ou mau comportamento de um ou
outro profissional, porque nós não podemos aqui achar que em todos os lugares
existem santinhos. Não, não é, nós sabemos que não é assim. Por isso,
Secretário, eu tenho muita esperança em ver mudança no Executivo; partindo do
senhor lá na SMAM, mudando o comportamento de forma radical no que diz respeito
à aprovação dos nossos projetos. Este projeto que V. Exa. mencionou aqui, o
PLCE nº 013/13, eu sou autor de uma emenda que busca incentivar a preservação
de árvores e vegetais nos terrenos, sítios, chácaras com uma condição: eu tenho
dito desta tribuna e infinitas vezes me pronunciei a esse respeito, daqueles que têm um terreno, uma gleba de
terra, independentemente do tamanho, não podemos tirar o direito deles de um
dia comercializar o seu patrimônio, de negociar, de edificar, mas todos nós
sabemos que, se ali, naquele terreno, tiver um vegetal, ele terá dificuldade.
Sabedores disso, nós não temos dúvidas de que muitos evitam plantar e outros de
cultivar vegetais nos seus terrenos, nos seus imóveis. Então nós temos que
encontrar um meio caminho, encontrar uma solução que incentive todos os
cidadãos, de um modo geral, a preservarem o verde, uma forma especial de
compensação, de tratativas àquele que plantou, diferente da forma como é hoje,
quando se quer comprar uma grande gleba que já tem lá uma mata e alguém quer
derrubar tudo para construir.
Na verdade, Secretário,
para concluir, Presidente, é difícil para nós construirmos um projeto, porque,
muitas vezes, nos falta a questão técnica, mas a emenda está lá, sinalizando
neste sentido, para que se dê condições mínimas de controle, de reconhecimento
àquele que plantou e cuidou de um vegetal no seu terreno. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Ver. Bernardino.
Quero registrar a
presença do Ver. Zé Lima, Líder da Bancada do Partido Solidariedade, da cidade
de Viamão. Seja bem-vindo a esta Casa, Vereador! V. Exa. está muito bem
acompanhado do Presidente do Partido Solidariedade, o nosso colega Ver. Clàudio
Janta.
A Ver.ª Sofia Cavedon
está com a palavra.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Obrigada,
Presidente. Cumprimento o Secretário, a sua assessoria, os cidadãos e cidadãs
de Porto Alegre que aqui vêm buscar a mediação e a escuta deste Parlamento.
Começo cumprimentando a valorosa comunidade da Marcos Klassmann, dizendo que
estamos alinhados à luta pela sua resistência e pelo seu direito à moradia.
Cumprimento os educadores, dirigentes das instituições comunitárias e Educação
Infantil, fazendo um apelo ao Governo: que neste tempo de debate importante
sobre as compensações ambientais, escute, dialogue com as instituições de
Educação Infantil, porque o debate que aconteceu pelo jornal Correio do Povo é
lamentável; a Prefeitura se entrincheira num valor absoluto e desconhece que a
principal política de atendimento de Educação Infantil é feita de forma
precária, pela forma indigna como são tratadas as instituições, com valores
abaixo da média praticada no Estado do Rio Grande do Sul.
Então, eu gostaria de
fazer um apelo à SMED e ao conjunto dos Vereadores, que, por favor, dialoguem
com as instituições aqui presentes.
Secretário Dilda, aqui
há dois pesos numa balança. E eu quero falar de um lado que ainda não foi bem
explorado; porque, se por um lado aqui foi dito, e o Tribunal de Contas
identificou, que houve uma desastrosa execução, ou definição, nos últimos anos:
primeiro a definição das compensações por impacto ambiental; segundo,
desastrosas, porque não resultaram em recuperação, em mitigação, em ampliação
de área verde, no mínimo, houve um empate. Quando se suprimem as árvores, que
se possa compensar em outro lugar. E, por outro – ainda nesse lado da balança
–, quando definida a compensação, não se cobra, não se fiscaliza e não se
multa. Nós temos anos de meio ambiente perdido e prejudicado na cidade de Porto
Alegre. No outro lado da balança está – e para mim é muito grave também – o
licenciamento. A impressão que nós temos, ao acompanhar nesses últimos anos o
licenciamento de projetos habitacionais, de imóveis, de toda a sorte de
construção em Porto Alegre, é que nenhuma árvore nesta Cidade é imune ao corte
– nenhuma! –,que tudo é possível remover! E não é possível que uma Cidade não
tenha proteção ao seu meio ambiente. Esta é a nossa sensação e este é o fato.
Todos os terrenos, lembro-me do penúltimo que acompanhei, em Petrópolis, um
terreno coberto de vegetação belíssima, maravilhosa, que foi toda removida, e
lá eu questionei à SMAM, que disse que estava dentro dos termos legais e tal.
Então, se, por um lado,
o cidadão precisa remover, quer remover, quer podar, é impossível, é
intransponível, é multado, é condenado como criminoso; por outro lado, a SMAM
tem liberado a torto e a direito o corte de árvores para qualquer um dos empreendimentos.
Essa é a constatação.
Se juntarmos os dois
lados, as duas medidas, não há uma explicação plausível na pouca falta de
pessoal que o Secretário traz aqui, e que nós já identificamos e falamos já há
algum tempo. Não é possível que o Governo diga que o problema é que tem poucos
técnicos, porque o licenciamento é feito – pode ser de forma lenta, pode ser
com pouca gente; ele é feito e ele é um licencioso. Eu afirmo, aqui, que é um
licenciamento licencioso.
Nós tivemos muitos
embates. Posso tratar, aqui, do espigão da Lima e Silva, em que perdemos
árvores, inclusive, que eram imunes ao corte. E se no Tribunal de Contas há uma
identificação de que não houve nenhuma cobrança de multa, eu estranho, porque a
Melnick tem que ter sido multada pelas árvores que removeu, e que era proibido,
ali na Lima e Silva.
Então, se há pouco
técnicos, igual se licencia, e se licencia de uma maneira muito irresponsável,
hoje, na cidade de Porto Alegre. Por outro lado, se se trocam as compensações
por máquinas, por carro, por “n” insumos para a Secretaria funcionar, se alguém
tomou a decisão, alguém escreveu, isso não é falta de pessoal. Isso é decisão
política...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente
concede tempo para o término do pronunciamento.)
A SRA. SOFIA CAVEDON: ...Eu tento concluir,
porque o tempo acaba sendo muito curto. Mas, se não há fiscalização suficiente
que faça com que a compensação aconteça e a gente chegue nesse relatório com
mais de R$ 4 milhões não cobrados e não efetivados nas poucas compensações,
portanto, exigidas, aí pode ser que talvez tenhamos falta de pessoal.
O que eu acho,
Secretário, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, é que a situação
em Porto Alegre, Ver.ª Fernanda, é gravíssima em termos de meio ambiente, é
gravíssima. A Cidade vive um impacto na construção desmesurada, e um dos
elementos é este: nós não estamos freando a especulação imobiliária a despeito
da perda de qualidade de vida da nossa população. E o debate que nós vamos
fazer a partir de um projeto de lei, será no sentido de modificar esta
situação. Espero que a cidadania acompanhe dia 15 e que a audiência pública...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra.
A SRA. LOURDES SPRENGER: Sr.
Presidente, Sr. Secretário Dilda e assessor Mauro Gomes; Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores e público que nos assiste e que está na plateia; com tudo o que foi
dito, eu quero acrescentar que a Secretaria do Meio Ambiente é uma das
secretarias mais importantes com atividades finalísticas na Capital, e com tudo
que ocorreu em nível de gerenciamento trocando as medidas compensatórias por
equipamentos, principalmente um desses fatos que foram captados na investigação
pelo Tribunal de Contas, ainda para 2015, a Secretaria do Meio Ambiente foi
premiada com uma redução de 55,93% no orçamento, que dizem que é o orçamento
real. Ou querem fechar a SMAM ou não sei o que esperam considerando tudo o que
o Secretário falou: que é uma Secretaria que tem mais de 600 praças, 1.200.000
árvores, parques, cemitérios, 20 anos sem concurso. Então, não dá para entender
como o gestor vai conseguir tocar o serviço, falando popularmente, sem um
incentivo financeiro, ou com um milagre que possa acontecer de buscar recursos.
Sobre a constatação do
Tribunal de Contas, foi constatado que a Secretaria vai fazer as
justificativas, e o que não for justificado certamente terá andamento nessa
questão junto ao Tribunal.
Quero dizer que eu tenho
uma grande confiança no Secretário Dilda, no seu assessor Mauro – nos
conhecemos da mesma região –, mas sobre esses assuntos relacionados à
administração, que, casualmente, foi pesquisado, investigado de 2007 a 2012,
não se pode afirmar que anteriormente também não era feito.
Eu também apresentei um
projeto aqui, tendo em vista que, na época em que eu era Delegada do Fórum de
Planejamento, não nos chegava as informações das medidas compensatórias; mas,
informatizando, não levaria cinco anos para
sabermos o que ocorreu, ficaria mais transparente aos cidadãos e aos próprios
gestores. Porém sabemos que a SMAM não tem esse privilégio de ter recursos de
informatização, equipes, porque o quadro já está precisando de renovação e concurso.
Então vamos ficar aguardando, de minha parte, o que o Tribunal de Contas vai
acatar e o que vai continuar contestando para fins até de outras providências.
Era isso, obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Ver.ª Lourdes. O Ver. Dr. Thiago está com a
palavra.
O SR. DR. THIAGO:
Secretário, ilustre Presidente, caro Secretário Dilda, caro Diretor Mauro,
realmente, enfrentar esse tema, Secretário, é uma ação de grande coragem, e,
certamente, V. Exa. tem atuado assim à frente da Secretaria Municipal do Meio
Ambiente. Temos visto isso não só por este projeto, mas por outras situações
que temos acompanhado de forma muito próxima.
V. Exa. tem defendido,
assim como sua Secretaria e seus subordinados dentro da Secretaria, de forma
enérgica, a questão das defesas das áreas de proteção ambiental, o que é muito
importante, em se pensando em um mundo cada vez mais sustentável. V. Exa. teve
a coragem de encaminhar a esta Casa um projeto sobre o retorno da área rural em
Porto Alegre, um projeto muito importante para a Zona Sul e para o Extremo-Sul
desta Cidade, um projeto que pode fazer com que esta Cidade volte a ter o
grande pulmão econômico, não só pulmão em termos de possibilidade de manutenção
da fauna e da flora daquela região, mas como pulmão econômico desta Cidade, uma
área rural importante, cujos trabalhadores que lá se radicaram vieram do
interior, e a grande maioria deles tem orgulho em poder continuar tendo a sua
manutenção, a sua subsistência através de produtos agrícolas, da pecuária e,
sem dúvida nenhuma, com a proteção pelo retorno da área rural. V. Exa. mostrou
independência e coragem. Realmente, a Comissão de Saúde e Meio Ambiente,
formada pela Ver.ª Lourdes Sprenger, pelo Ver. Mauro Pinheiro, Ver. Paulo Brum
e pela Ver.ª Jussara Cony vai discutir a questão da zona rural de Porto Alegre
objetivando a manutenção daquela área de forma sustentável a garantir àquela
comunidade e a toda cidade de Porto Alegre uma qualidade de vida indispensável
ao ser humano do século XXI.
Secretário, quero
parabenizá-lo pelo envio. Certamente, algumas adequações esta Casa há de fazer
no projeto vindo do Executivo no sentido de aperfeiçoá-lo efetivamente para que
a Cidade possa cada vez mais apontar, se endireitar e caminhar para ser uma
cidade mais sustentável. Parabéns pela coragem.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. MÁRCIO BINS ELY:
(Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu quero justificar e dizer
que falo em liderança em nome do meu Partido, do Ver. João Bosco Vaz, Ver.
Nereu D’Avila, Ver. Dr. Thiago, Ver. Mario Fraga e Ver. Delegado Cleiton, para
dizer que esta é uma pauta muito importante, muito relevante. Acredito que
precisamos fazer uma equação, precisamos gerar emprego e renda. Nós temos que
ter desenvolvimento no Município, sem comprometer a qualidade de vida das
futuras gerações. E acho que o nosso Governo tem demonstrado com ações
concretas e de resultados que realmente acredita nisso que está sendo dito e
tenta transformar em realidade ações concretas que vão transformando e dando
qualidade de vida às pessoas da Cidade. Falo isso, inicialmente aqui, com a
convicção de que o que nós estamos fazendo no socioambiental. E a busca pela
devolução da balneabilidade das águas para o Guaíba é, sem dúvida nenhuma, uma
página importante da história de Porto Alegre que está se reescrevendo. Eu digo
isso porque eu faço parte da Bancada um pouco mais jovem, já não tão jovem, mas
de alguns jovens que não tiveram a oportunidade de tomar banho nas águas do
Guaíba. Porque os meus pais tiveram essa oportunidade.
Então, Secretário Dilda,
quando em 2010 nós fizemos aqui, e em 2009, 2008, um debate do Plano Diretor, e
algumas questões foram pontuadas a respeito das garantias, por exemplo, da
recuperação do aquífero, nas áreas livres permeáveis e vegetadas, ali se
instalou uma ferramenta importante de legislação, para que Porto Alegre não se
transforme numa São Paulo, e amanhã ou depois, a gente tenha que estar
enfrentando essas enchentes todas aí que se viu e que se vê pela televisão. Eu
tenho certeza que esse avanço que está sendo proposto vem dentro desse contexto
e desse princípio de sustentabilidade que tanto a gente acredita e defende
aqui, Ver. Pujol, porque nós estamos, sim, preocupados com o futuro e o amanhã
da nossa Cidade. E quem não colocar na agenda positiva da Cidade a questão
ambiental, quem não tratar de cuidar das políticas públicas, não tem
compromisso com a questão do meio ambiente e não tem compromisso com a
qualidade de vida das pessoas.
Então, eu quero também
me somar aqui aos Vereadores que me antecederam; falou aqui o Ver. Dr. Thiago,
sobre o cinturão verde da Cidade, essa nova discussão que se reinicia, se
reabre um debate importante. Realmente, Porto é uma Cidade que – e está aqui o
Prefeito Villela –,nos últimos 30 anos não aumentou muito em número de pessoas,
temos 1,4 milhão habitantes, mas que se preocupa em qualificar os espaços
coletivos urbanos...
(Manifestações nas
galerias.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Eu gostaria de dizer ao pessoal que ocupa as galerias que eu
respeito e ouço todos, mas há um Vereador na tribuna. Depois, podem fazer
qualquer comentário. Por gentileza, Vereador.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Eu
agradeço, Presidente. Eu acredito que nós temos várias pautas urgentes, mas a
questão do meio ambiente é muito relevante e importante para a nossa Cidade.
Então, eu não poderia também, aqui, deixar passar esta oportunidade, na presença
do nosso Secretário do Meio Ambiente, Cláudio Dilda. Tenho certeza que
estaremos construindo alternativas aqui, buscando aquilo que possa ser o mais
próximo e ideal possível para a Cidade.
Quero também, aqui,
confirmar a sensibilidade do Ver. Mario Fraga que entendeu a relevância naquela
reunião de Líderes, em conjunto com a Mesa, para que nós pudéssemos
estabelecer, sim, uma audiência pública aqui para esclarecer bem à população
qual é a proposta, qual é a ideia. Quando se remove uma árvore, outras devem
ser plantadas. Se der para transplantar, vamos transplantar. Então, esse é o
debate que precisamos estabelecer, ver quais os critérios, as tabelas, o que é
exótico...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. MÁRCIO BINS ELY: ...Para concluir,
Presidente, eu acredito que ainda temos bioma do pampa, temos Mata Atlântica –
a Cidade tem 44 morros, um quarto da Cidade são morros – então, eu acredito que
temos muito debate a fazer. Quero me somar a esse debate, vamos estar aqui na
audiência pública e esperamos estar construindo uma legislação cada vez melhor
para o bem da nossa Cidade.
Trago mais um exemplo
aqui, para concluir, Presidente, que diz respeito à evolução das legislações.
Por exemplo, até 1979, no primeiro Plano Diretor, a área não edificável
próximos aos arroios era de cinco metros; de 1979 para 1999, passaram para 15
metros e hoje são 30 metros. Isso demonstra uma preocupação com a questão
ambiental, para que não se polua e não se possa trazer, através das
edificações, poluentes aos talvegues, aos arroios. Então, tudo isso é o
aprimoramento da legislação, e tenho certeza que é nesse sentido que a gente
caminha.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr.
Presidente, Secretário Dilda, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, Sr.
Coordenador que aqui está, quando a Ver.ª Fernanda inquiriu, quando explicações, eu fiquei preocupado, porque,
Sr. Secretário, para a Vereadora, parece que meio ambiente é só árvore. E não
é. As árvores fazem parte, mas não são somente elas que fazem parte do meio
ambiente. O Tribunal de Contas também me parece que só enxergou a compensação
através de plantio de árvores. Mas, por exemplo, se a Secretaria precisasse
colocar aqueles aparelhos que medem a poluição da Cidade, que estão estragados,
pois não têm orçamento... Será que o Tribunal de Contas não sabe que precisa
uma compensação do meio ambiente? Não é só plantar mais uma árvore, é também
comprar esses equipamentos necessários ao meio ambiente. Permitam-me que eu
discorde dos doutores, auditores, e até conselheiros do Tribunal de Contas:
meio ambiente não é só plantar árvores. Realmente, elas são importantes, tanto
é que, quando eu estava Secretário da SMIC, eu consegui fazer um plantio de 53
mil árvores frutíferas lá na Zona Sul – árvores frutíferas! –, que são
importantes para o meio ambiente e importantes para os produtores rurais.
Então, nós temos que ter muito cuidado quando nós queremos cuidar do meio
ambiente; todos queremos cuidar do meio ambiente, senão é dar um tiro no pé – e
ninguém quer dar um tiro no pé! Nós queremos cuidar do meio para que ele sirva
para todas as pessoas, não só para dar sombra, não só para diminuir um grau da
temperatura, mas também cuidar do meio ambiente em seu todo, ajudar a diminuir
a poluição nos nossos riachos, ajudar a diminuir as enxurradas dos morros que
varrem tudo. Então, meio ambiente é cuidar da vida das pessoas através de um
meio ambiente melhor, de todas as pessoas, com árvores, com infraestrutura, com
saneamento básico, enfim, cuidar do meio ambiente em seu todo. Infelizmente, só
árvore não consegue fazer, ela é importante, mas nós temos muitas coisas por fazer
junto com a preservação e com a compensação vegetal. Não é só compensação
vegetal que faz um meio ambiente, há muitas outras variáveis que ajudam. Então,
eu quero agradecer a Ver.ª Fernanda pela maneira como se posicionou, porque
isso valoriza ainda mais o projeto que V. Exa. e que o Governo manda para esta
Casa sobre a compensação vegetal, que é uma das compensações para atender ao
Tribunal de Contas e para atender também à Secretaria, para que se possa cuidar
da floresta como um todo. Veja só a importância das árvores. Nós sempre nos
referimos à floresta, mas é para a floresta que tenha pássaros, riachos,
bichinhos, a floresta como um todo. E a floresta é composta por muitas coisas
além das árvores. Então, Sr. Secretário, veio em boa hora este projeto, e ele
vai ser votado nesta Casa.
Haverá uma audiência
pública, como deve ser feito, então tanto a Secretaria quanto o Executivo estão
tendo a postura de fazer a discussão com a sociedade. Este projeto vai sanar
uma dificuldade legal, mas vai sanar principalmente o futuro. Nós estamos
preocupados é com o futuro e vamos nos preocupar com o futuro. Não importa se
isso começou no Governo Fortunati ou não. Já começou antes e continua, mas o
importante é que se faz agora a correção. Eu não vou criticar o pessoal do meio
ambiente, o Giovanni Gregol, nenhum Secretário do PT, porque isso vem de longe;
não vou criticar nenhum Secretário do Fogaça, Ver. Mario Fraga, e não vou
criticar nenhum Secretário do Fortunati, e nem elogiar. Estamos cada um fazendo
a sua parte, cada um no seu tempo resolvendo o que tem que ser resolvido,
pensando no meio ambiente: a floresta como um todo, árvores e o que tem dentro
dela. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, Sr. Secretário do Meio
Ambiente, que veio a esta Casa fazer uma explanação acerca de um projeto que se
encontra tramitando aqui. Se todos os secretários fizessem isso, se todos os
secretários tivessem o respeito e o entendimento que esta Casa merece de parte
do Executivo, com certeza as coisas seriam mais fáceis. V. Exa. vem aqui, no
dia de hoje, e isso é o que se espera num Estado Democrático de Direito, onde
as partes têm que ser ouvidas, têm que participar. V. Exa. e os técnicos da
SMAM estão de parabéns. Saúdo também todos os funcionários da SMAM.
Quero dizer que a
questão ambiental é feita por um tripé que envolve as seguintes áreas:
econômica, social e ambiental. Acho que muitas vezes nos esquecemos disso. Nós
falamos muito – e isso o Ver. Idenir Cecchim e outros Vereadores já trouxeram –
na questão ambiental e falamos somente de árvores. Eu nunca vejo ninguém falar
das nascentes dos nossos riachos, e isso vemos na Zona Sul da nossa Cidade,
onde várias nascentes de córregos e riachos, a cada dia, estão sendo ameaçadas,
destruídas e desmatadas por empreendimentos imobiliários, o que também ocorre
na Zona Leste da nossa Cidade, onde grandes empreendimentos estão acabando com
nascentes de água que chegam aos arroios, gerando grandes enchentes. Temos
discutido isso na Cefer. Desde que eu cheguei a esta Casa, há quatro anos, a
nossa comissão tem ido na Cefer discutir a questão das enchentes que lá ocorrem
devido ao assoreamento, por não ter a capacidade necessária. E eu acho que essa
questão vai se resolver quando nós tivermos um grande número de técnicos
disponíveis para a questão ambiental.
A questão ambiental é
feita com técnicos. Temos, hoje, aqui, um membro do nosso Partido que é
ambientalista, que veio do PV, é fundador do PV, uma pessoa que militou muito e
se elegeu pelo PV, e hoje está junto conosco, o Vereador de Viamão, José Lima,
que vem nos ajudando nessa questão ambiental dizendo que a questão ambiental
não é somente o meio ambiente, é o tripé do meio ambiente, que nós temos que
discutir tudo.
Nós já não vimos, há
muito tempo, em Porto Alegre, por exemplo, cigarras e gafanhotos, Tarciso. Isso
é questão ambiental, e não é só porque foram tiradas árvores daqui da avenida.
Fala-se muito das árvores que são tiradas das avenidas, mas não se fala das
centenas e milhares de árvores que se tiram para os grandes empreendimentos. Eu
nunca vi esta Câmara ser ocupada quando saem empreendimentos. Eu moro no Morro
Santana, saiu um grande empreendimento agora, da MRV, desmataram uma parte do
Morro Santana, e não houve nenhuma ocupação aqui nesta Câmara de Vereadores. E
vários empreendimentos têm acontecido em Porto Alegre. E quando se fala em
mobilidade, quando se fala que o Poder Público vai fazer uma obra, aí se vê
esse clamor ambiental. Eu acho que esse clamor ambiental tem que estar na
defesa de todo o meio ambiente, principalmente no assoreamento dos nossos
riachos, na defesa das fontes dos nossos riachos, das nascentes dos nossos
riachos e, principalmente, na capacitação dos nossos funcionários públicos.
Há dois anos, venho a esta tribuna cobrar do Município a diminuição dos CCs. Há dois anos, venho cobrar que o Município diminua o número drástico de CCs que existem, e, até agora, não diminuiu nenhum; pelo contrário, pelo que se vê vai aumentar ainda o número de CCs. O que nós precisamos é de funcionários públicos qualificados na área ambiental, na área da saúde, da área da segurança pública. Nós precisamos de funcionários públicos que deem essas condições para que o Município se desenvolva preservando o meio ambiente, porque o meio ambiente é o nosso futuro. Não queremos o que aconteceu em São Paulo, que, até agora, as pessoas estão sofrendo por falta da água. Lá, o Prefeito desmatou 700 mil árvores, da noite para o dia, não consultou ninguém, e sequer foi...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Sr. Mauro Gomes de Moura está com
a palavra para as considerações finais.
O SR. MAURO GOMES DE MOURA:
Obrigado, Sr. Presidente. Quero dizer que a situação chegou ao nível de hoje
como chegou devido a decretos que vêm sendo renovados, de uma forma ou de
outra, há 31 anos. Desde 1983 os decretos são feitos e renovados. A auditoria
do Tribunal de Contas pegou um período de 6 anos. O que nos impressionou na
SMAM – o Secretário Cláudio Dilda e eu somos oriundos da Fepam – é a forma de
compensação vegetal em Porto Alegre, por isso estudamos um novo projeto de lei,
que veio para esta Casa não por que o Tribunal de Contas pediu; quando o
Tribunal de Contas estava fazendo auditoria na SMAM, esse projeto de lei já
havia sido encaminhado aqui para a Câmara de Vereadores porque foram detectados
problemas. A dívida na realidade não são R$ 6 milhões, estamos levantando,
porque nós, na época da auditoria do Tribunal – e os senhores sabem os tempos
do Tribunal – não conseguimos localizar vários processos relativos aos pedidos
do Tribunal de Contas. Então, os valores não são exatamente esses.
Gostaria de dizer que
uma coisa que me admirou, vindo da Fepam, foi a qualidade dos técnicos da SMAM.
A SMAM, posso garantir aos senhores, apesar do número pequeno de técnicos,
conta com profissionais da mais alta qualidade. É difícil aceitar que se diga
dessa tribuna que eles estejam fazendo licenciamentos malfeitos. Não é o que se
vê. A qualidade dos técnicos da SMAM eu diria que é igual ou até melhor que a
qualidade dos técnicos da própria Fepam. São profissionais qualificados.
Com relação à
compensação por árvores, hoje já chegamos a 1,2 milhão de árvores na Cidade.
Isso, com certeza, exige um custo de operação da SMAM muito maior do que nós
temos hoje. Um milhão e 200 mil árvores, só para os senhores terem uma ideia,
se dividir por 70 anos de vida útil de cada árvore, nós deveríamos estar hoje
removendo cerca de 80 árvores, por dia, na SMAM: substituindo árvores por
idade, 80 árvores por dia. Nos deveríamos estar com 80 equipes na rua
substituindo árvores; nós temos duas equipes. O custo de manutenção das 1,2
milhão árvores está se tornando excessivamente caro para o Município de Porto
Alegre, e é um número razoável de árvores. Nós também não temos mais nas áreas
muito urbanizadas do Centro, Zona Norte principalmente, mais onde plantar
árvores. Esta Casa aprovou projeto de lei para que a gente pudesse aprovar o
Hospital de Clínicas, e isso significou uma compensação de 2.800 árvores em
relação àquelas que foram retiradas. Nós só conseguimos localizar, no entorno
do Hospital de Clínicas, numa área de mais ou menos 25 quilômetros quadrados,
200 locais ainda possíveis de plantar árvores – não temos onde compensar 2.600
árvores. Por isso enviamos aqui – não tivemos tempo de conversar sobre isso,
vai ser na audiência pública – o PLCE nº 013/13, que muda radicalmente a forma
de compensação em Porto Alegre. A partir do Decreto nº 13/13 – vamos explicar
isso na audiência pública –, realmente vamos fazer conservação da
biodiversidade em Porto Alegre. Plantio de árvores é um problema orçamentário
da SMAM que estamos cuidando. A arborização vai ficar por conta da SMAM, e
todas as críticas que se faz à compensação ambiental, acreditamos que estão bem
sanadas nesse projeto que esta Casa vai apreciar na semana que vem. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Agradecemos a presença do Sr.
Cláudio Dilda, Secretário Municipal do Meio Ambiente, e do Sr. Mauro Gomes de
Mora, Supervisor de Meio Ambiente da SMAM. Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h45min.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia – às 15h49min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão.
Passamos ao
GRANDE EXPEDIENTE
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra em Grande
Expediente.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Professor Garcia; Sras. Vereadoras e
Srs. Vereadores, o assunto que eu trago a esta tribuna, Sr. Presidente, diz
respeito a este prédio. (Mostra fotografia.) Este prédio é a sede do Grêmio
Gaúcho. Eu sei que os Vereadores até já ficam rindo aqui, eu também faria a
mesma coisa. Prezados Vereadores, quantas vezes eu vim a esta tribuna fazer um
apelo, e agora estamos prestes a votarmos o projeto que busca preservar este
prédio, tombá-lo. Eu quero aproveitar esses minutos para fazer um apelo aos
colegas. Eu gostaria de lembrá-los que aqui eu tenho o Estatuto. Primeiro,
vamos retomar aqui o assunto. Em 1898, João Cezimbra Jacques, foi um dos
líderes da América do Sul, em criar os grêmios, no caso, o Grêmio Gaúcho, no
Rio Grande do Sul. Criaram-se grêmios para o Interior do Estado, mas este aqui,
de Porto Alegre, chamado de Grêmio Gaúcho, foi aprovado em 22 de maio de 1898.
Aqui eu vou ler dois artigos do jornal Correio do Povo, com 116 anos de sua
publicação. Vou ler o de 24 de maio de 1898: “Com o título de Grêmio Gaúcho
foi, anteontem, fundada, nesta Capital, uma associação que tem que se preocupar
politicamente com a conservação e os costumes da tradição rio-grandense...”. O
português era o português arcaico da época, escrito de forma que, às vezes, a
gente até se confunde. Foi constituída uma diretoria provisória.
Estabeleceram-se bases dos estatutos. Aqui na Capital aconteceu a primeira
reunião. Meses depois, no jornal Correio do Povo, do dia 20 de setembro de
1898: “O Grêmio Gaúcho festeja hoje o aniversário da proclamação da República.
A festa, que se revestirá de todas as características dos costumes
rio-grandenses, terá começo às 8h...”. E por aí vai.
A Sra. Lourdes Sprenger: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver.
Bernardino Vendruscolo, eu quero cumprimentá-lo por essa iniciativa, bem como
sei que o senhor também tem a preocupação com os monumentos, que é uma área
pela qual eu também tenho essa admiração, porque sempre estou envolvida com
artes e antiguidades. Realmente, a gente viaja e se encanta com a arquitetura
preservada em outras cidades e em outros países. Pode contar com meu apoio para
a preservação desse prédio, que eu acho muito bonito.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado, Vereadora. Eu gostaria de dizer que já venho desde
2005 tentando... no Governo do Estado, no Governo do Município, e até hoje,
nada. Eu vou ler uma parte do Estatuto de 1927, que completa, neste ano, 87
anos (Lê.): “O fim principal do Grêmio Gaúcho é relembrar e conservar as nossas
tradições e alimentar tudo quanto possa concorrer com os procedimentos
históricos do Rio Grande do Sul. O Grêmio Gaúcho cultuará os nossos grandes
vultos e comemorará nossas grandes datas.”
Na sequência, nós vamos
encontrar, no final do Estatuto de 1927, outros artigos que dizem o seguinte
(Lê.): Art. 45 – “Ficam adaptados pelo Grêmio Gaúcho o Hino dos Farrapos como
prova de apreço pela gloriosa revolução de 1935.” Art. 53 – “A sociedade será
dissolvida quando o número de sócios não exceder a dez.” “Art. 54 – No caso de
dissolução, o seu patrimônio será incorporado ao da Intendência Municipal
[porque, na época, não era Prefeitura, era Intendência] desta Cidade,
reservando-se o museu, que ficará pertencente ao Museu do Estado.”
Gente, eu tenho aqui
também o laudo solicitado pelo Instituto Histórico Geográfico do Rio Grande do
Sul ao Doutor Arquiteto Günter Weimer,
que tem dez laudas justificando a importância arquitetônica do prédio. Até
então estavam falando da questão histórica, mas agora das provas inequívocas da
importância arquitetônica desse prédio construído pelo Arquiteto João Antônio
Monteiro Neto. São dez laudas que justificam.
Eu gostaria que o
fotógrafo da Casa ficasse aqui à disposição para tirar uma fotografia. Vou,
mais uma vez, mandar para os meus amigos. (Mostra fotografia.) Esta aqui é a
fachada do prédio que nós temos a pretensão de ver tombado, porque aqui está a
história moderna do Rio Grande do Sul. Aqui teve início a cultura. O MPG tem 60
anos; isto aqui tem 116 anos. Então só para se ter uma ideia da importância
desse prédio. E aqui eu ouvi tantas vezes, do próprio Paixão Côrtes, que, na
sua infância, no aluno do Colégio Julinho, juntamente com os demais colegas, lá comparecia nos finais de semana. Por que será que é tão
difícil preservar um patrimônio tão importante do Rio Grande do Sul? Por que
será que precisamos vir tantas vezes aqui e não ver ânimo do Executivo? Não só
deste Executivo, porque já tenho encaminhando esse assunto há mais tempo, já
fui ao Estado, não consegui, já fui aos dois Secretários da Cultura, não
consegui, e agora estamos aqui na Câmara de Vereadores enfrentando esse
assunto. Bem disse a Ver.ª Lourdes que, quando nós viajamos, procuramos
conhecer as questões, os pontos históricos das cidades por onde andamos, e aqui
no Estado, aqui na Capital, há um prédio tão importante para a nossa história
moderna e não conseguimos ver vontade das autoridades em fazer a sua
preservação.
Sinceramente, eu tenho a
impressão que o pessoal gosta mais das coisas depois que elas se vão. É quase
como – fazendo uma comparação pejorativa – chorar no velório. Então, por isso,
eu faço um apelo aos Vereadores, nós sabemos que, ao lado passa a Av. Tronco, é
possível, sim, fazer a preservação desse prédio. Até porque engenheiros
responsáveis pela obra já me sinalizaram, mais de uma vez, que é possível, sim,
preservar o prédio. Mas por que não preservar o prédio de tamanha importância
histórica para o Rio Grande do Sul? Por quê? Por que tamanha má vontade? Por
que aqueles que não aprovam, aqueles que, aparentemente, são contra, mas não
aparecem, por que essa falta de coragem para me contestarem? Por que os
prefeitos, os secretários – já falei com todos –,o Governador do Estado, os
governos, as secretarias, por que ninguém me contesta? Por que o silêncio?
(Aparte antirregimental
do Ver. Delegado Cleiton.)
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: É, Ver. Delegado Cleiton, é uma boa pergunta. Por que o
silêncio? Por que não dizem: “Bernardino, você está errado, é mentira, isso não
tem 116 anos de história, isso não é importante”. Por que os Parlamentares que não são favoráveis – eu sei que nós já temos um grupo
grande que é favorável, e eu agradeço –, por que os que são contra não dizem os
motivos? Talvez, Delegado Cleiton, lhes faltem argumentos, e nós aí
concordamos. Independente das questões de fazer parte de Governo ou não, chega
uma hora em que nós precisamos usar da nossa independência porque os Governos
vão, e a nossa consciência fica, tudo isso fica gravado lá na nossa
consciência. Quando se tem oportunidade – e é o que estou tentando fazer – de
honrar os compromissos, de tentar fazer o possível para corresponder aos
eleitores, Ver.ª Lourdes... Quantos prédios tombaram e listaram aqui nesta
Cidade que nem sequer se aproximam da importância histórica dessa obra?
Listaram e tombaram prédios que sequer podem ser comparados, tanto nas questões
arquitetônicas quanto nas questões históricas a esta obra. (Mostra fotografia.)
Dr.
Gil, V. Exa. que está aqui na Câmara de Vereadores mais uma vez, que representa
o Prefeito José Fortunati, diga a ele que, se esse prédio for tombado, com
certeza, a sociedade gaúcha, que tem orgulho das questões da cultura regional,
vai agradecer. Ao contrário, um dia, alguém irá cobrar: “O senhor podia ter
feito alguma coisa, Prefeito, mas o senhor não fez.” Essa é a nossa
oportunidade! Obrigado, Presidente!
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver. Delegado
Cleiton assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; vou reduzir o meu tempo em
respeito a quem está esperando para que possamos entrar no assunto, vou reduzir
pela metade o tempo. Estamos falando na Cidade – e está se concretizando – na
Zona 30. O que é a Zona 30? Acho que é uma ideia boa de reduzir, Ver.
Brasinha... V. Exa. queria passar para 60, agora tem a Zona 30. Mas é, mais ou
menos, dentro daquilo que V. Exa. está propondo: em ruas que se pode andar, que
se ande a 60, e que se reduza onde não se deve andar. Então, acho que V. Exa.
está contemplado com esse projeto da Zona 30.
Quero agradecer o Ver.
Trogildo pelo tempo. Foi por isso que vim até a tribuna, para fazer justiça ao
seu projeto, Ver. Brasinha, que libera onde pode e segura onde não deve.
Acho que vamos ter nessa
Zona 30 uma convivência, no trânsito, muito melhor. Vamos ter uma convivência
humana, para que as pessoas possam ver as belezas da cidade de Porto Alegre,
para que as pessoas consigam se enxergar e para parar com essa mania de todo
mundo xingando todo mundo no trânsito. Eu acho que, com a Zona 30, o pessoal
vai começar a se acalmar mais, se respeitar mais e fazer com que nas outras
zonas também se espraie esse negócio importante que é a conscientização de que,
dentro de um automóvel, ninguém é mais do que ninguém. E que tem que respeitar
as pessoas que andam a pé, as pessoas que vão atravessar na faixa de segurança,
os menores. Se está num automóvel, tem que respeitar aquele que é menor, que
anda de moto; aquele que anda de moto tem que respeitar o que anda de
bicicleta; quem anda de bicicleta tem que respeitar quem anda a pé. Eu acho que
assim é que tem que ser. E acho importante essa atitude que o Prefeito José
Fortunati, a EPTC, a Prefeitura de Porto Alegre está tomando da Zona 30, para
que se crie a conscientização de ser bem-educado no trânsito e respeitar o
entorno. Onde você estiver andando, respeitar as pessoas que estão sentadas nas
calçadas, respeitar o Ver. Pujol, quando vai atravessar a rua, respeitar as
pessoas que não ouvem bem a buzina, ou melhor, que se exclua a buzina do
automóvel nessas regiões principalmente, em respeito a quem anda a pé, às
pessoas que estão atravessando a rua, às pessoas que andam nas calçadas e
àqueles automóveis que sempre respeitam a lei.
Então, viva a Zona 30!
Só estou usando 5 dos meus 15 minutos, ou 4 minutos e meio, para fazer esse
anúncio, para dizer da importância, Ver. Brasinha, desse projeto.
O Sr. Alceu Brasinha: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Idenir Cecchim, é muito
importante realmente, para contribuir com o senhor, porque, em algum momento, o
motorista também é pedestre, em algum momento ele vai ser pedestre. Por isso
que o motorista tem que ter cuidado, cuidar das pessoas, dos pedestres.
O SR. IDENIR CECCHIM: Muito
obrigado. Certamente, o motorista, que precisa e deve obedecer à zona 30 e
andar só a 30 quilômetros por hora, vai aprender a andar naquela zona em que é
só 60, e andar só a 60, e naquelas que é só 80, andar só a 80.
O Sr. Nereu D’Avila: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Vereador. Queria
uma informação de Vossa Excelência. V. Exa. se refere ao projeto...
O SR. IDENIR CECCHIM: Prefeito
Fortunati, dos 30.
O Sr. Nereu D’Avila: Dos
30. É em algumas zonas da Cidade?
O SR. IDENIR CECCHIM: Exatamente.
O Sr. Nereu D’Avila: Esse
projeto, ele está onde exatamente?
O SR. IDENIR CECCHIM: Está
nos jornais da Cidade toda, por iniciativa do Prefeito. Acho que nem é projeto,
deve ser...
O Sr. Nereu D’Avila: Mas
não foi a EPTC que teve essa iniciativa?
O SR. IDENIR CECCHIM: A
EPTC. Certamente, o Governo do
Município.
O Sr. Nereu D’Avila: Eu
ouvi uma reportagem, numa rádio aí, de um Vereador do PT que disse que o
projeto era dele. Mas passou aqui na Casa, V. Exa. se lembra?
O SR. IDENIR CECCHIM: Mas
não com esta objetividade. Eu tenho um problema sério – e V. Exa. também – com
o chamado anu, aquela ave pequenininha preta, que põe ovo no ninho dos outros.
Provavelmente, V. Exa. esteja se referindo a isso, e lhe agradeço pelo aparte.
O Sr. Nereu D’Avila: Eu
agradeço a V. Exa. pelo esclarecimento! Um abraço.
O SR. IDENIR CECCHIM: Obrigado,
Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver. Professor Garcia
reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia – às
16h09min): Havendo quórum, passamos à
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. Nº 1994/14 – VETO PARCIAL ao
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 029/14, que dispõe sobre as Diretrizes Orçamentárias
para 2015.
Parecer:
- da CEFOR. Relator Ver. Guilherme
Socias Villela: pela manutenção do Veto Parcial.
Observações:
- para
aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, §
4º, da LOM;
- votação
nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo
dia: 29-11-14 (sábado).
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Em discussão o PLE nº
029/14, com Veto Parcial. (Pausa.) A Ver.ª Sofia Cavedon está com a
palavra para discutir o PLE nº 029/14,
com Veto Parcial.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores;
lamentavelmente, a Prefeitura de Porto Alegre acha que não precisa pagar o
valor Fundeb para o atendimento de Educação Infantil realizado através de
convênio com as instituições infantis comunitárias. A Prefeitura de Porto
Alegre terceiriza o atendimento da educação infantil, nível de ensino que é de
sua responsabilidade pela Constituição Federal, pela Lei de Diretrizes
Orçamentárias. Terceiriza porque é mais barato, é menos custo para a Prefeitura, porque não tem encargos
trabalhistas, nobres senhores e senhoras, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras. A
Prefeitura de Porto Alegre, ao conveniar a Educação Infantil com 214
instituições comunitárias, 2 mil educadores não serão dos seus quadros de
aposentadoria, não terão que pagar carreira, vantagens, não terão biometria
para substituição, etc. Portanto é uma imensa vantagem para a Prefeitura de
Porto Alegre essa parceria com as instituições infantis comunitárias.
Ora,
senhores, no entanto, existe um fundo, uma lógica, uma política de
financiamento da Educação Básica no Brasil. Essa política se chama Fundeb –
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização
dos Profissionais da Educação, que engloba crianças de zero até o final do
Ensino Médio. O Fundeb é um fundo contábil estadual. Ele tem uma tabela, é só
consultar na Internet. No Rio Grande do Sul, a cada ano, chega-se a uma média
de custo/aluno. Por essa média, os Municípios e os Estados recebem o valor de
volta para o seu cofre, o seu orçamento, conforme o número de alunos do seu
censo. Para o Rio Grande do Sul se pode consultar a tabela no FNDE, on-line, o valor da creche integral é de
R$ 3.656,00. A Prefeitura de Porto Alegre pratica custo/aluno 20% abaixo do que
recebe do Fundeb. Ah, bom, a SMED gasta mais do que o montante que recebe pelo
censo! O problema da SMED é que não consegue organizar o conjunto das creches e
colocar no censo. Não há como responsabilizar a vítima, responsabilizar quem
atende a Educação Infantil, quem recebe as crianças das 7 às 19 horas! Não há
como responsabilizar instituições infantis comunitárias que têm uma luta diária
para sobreviver, para conseguir que seus educadores estudem, para conseguir
manter educadores formados professores. Inclusive, o Conselho está criando uma
nova norma e exigindo mais e mais formação, com razão, porque querem as
crianças bem atendidas e tem que atender à Legislação Federal. Então há uma
terceirização e há uma desobrigação da Prefeitura. E a Prefeitura manda o Veto
a uma diretriz que diz o seguinte: o repasse a essas instituições – tão
preciosas para a infância e tão preciosas para as finanças municipais – será no
mesmo montante do custo/aluno Fundeb, Rio Grande do Sul. E esse montante,
senhores, é uma média. Na Educação Infantil, praticada diretamente pela
Prefeitura, através das escolas infantis, o valor é muito mais alto do que
esse! Se fosse atender diretamente, a Prefeitura teria um custo altíssimo, além
da previdência e das demais decorrências. O que eu não consigo entender é que
não haja sensibilidade para uma opção orçamentária! Explicando às queridas
educadoras e educadores que estão aqui, nós estamos votando não é o Orçamento,
ainda, é um Veto do Sr. Prefeito a uma diretriz orçamentária – nem ir buscar
esse valor-aluno, tratar com dignidade, a Prefeitura se dispõe; ela veta! E nas
razões do Veto coloca valores que não correspondem. Os valores que eu li aqui,
como creche integral – está aqui, creche integral –, R$ 3.600,00, a Prefeitura
põe no Veto como pré-escola integral; qual é a tabela que a Prefeitura leu para
colocar dado equivocado e dizer que as contas e os cálculos das entidades estão
equivocados?
Então,
eu faço um apelo aos Srs. Vereadores e às Sras. Vereadoras, para que nós
derrubemos esse Veto à Lei de Diretrizes Orçamentárias. Não é possível que a
Educação Infantil em Porto Alegre continue sendo tratada como educação de
segunda categoria! Não é possível que se desconheçam os dados das educadoras
que estão se exonerando mês a mês; não é possível! (Palmas.) As instituições
infantis não conseguem manter um educador: ele recebe R$ 1 mil por 44 horas!
Uma mãe de família, um pai de família, que trabalha o dia inteiro cuidando de
criança fica exausto, procura outro emprego! Em qualquer outro emprego recebe
melhor do que atender às nossas crianças.
Então,
eu digo, senhores, há duas semanas foi votado aqui, por esta Casa, mas foi
iniciativa do Executivo, dar uniformes escolares. As mesadas da Carris são
fabulosas, e a opção pela Educação Infantil onde fica? A prioridade da criança,
onde fica? Qual a responsabilidade do Município com a criança? Espero que esta
Casa corrija essa injustiça.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, apenas para um
esclarecimento, V. Exa., quando anunciou a votação do Veto Parcial, enfatizou
que, na hora da votação, votando de uma determinada maneira, aprovava-se o
projeto; votando de forma diferente, votaria contra o projeto. Não se trata
disso! Votando de uma determinada maneira, aprova-se a emenda.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Vereador, V. Exa., que é um Vereador
antigo, sabe que é do rito processual. Nunca falamos no todo, mas como o caput fala sobre a questão da emenda, é
a emenda. Mas, se tiver que explicitar, não há nenhum problema, Vereador.
O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLE nº 029/14, com Veto
Parcial.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, o texto da emenda vetada é muito claro, diz: “Fica garantido, para
o exercício de 2015, o repasse de recursos às creches conveniadas pelo Poder
Executivo Municipal no mesmo parâmetro do custo/aluno do Fundeb”. Para
demonstração, o Executivo, no seu Veto Parcial, demonstra que, ao final, ainda
que o Município sustente um maior número de vagas nas escolas e estimule o que
o Fundeb permite – porque sustenta várias situações em que as creches não
satisfazem as exigências do Fundeb –, mesmo assim o Município aporta recursos
para que elas possam sobreviver. Então, nessa linha de raciocínio, o Município
acaba demonstrando que, ao final, na média das contribuições que o Município dá
para cada aluno, está, Ver. Idenir Cecchim, superado aquele valor que o Fundeb,
no Rio Grande do Sul, preconiza.
Então,
a própria autora sabe desse fato, mas discutir e polemizar sobre esse assunto é
conveniente, é uma boa prova de protagonismo, é um bom discurso de
solidariedade com a sua classe com a qual nós não temos nada contra, muito
antes pelo contrário. Só queremos dizer, e isso o fazemos com a maior
tranquilidade, o projeto em si, na sua totalidade, a Casa aprovou, resta
emendado e impugnada a Emenda nº 25, um item que, pelas razões, e estão
amplamente colocadas as razões do Veto, são tão extensas que eu não me proponho
a lê-las na ocasião, mas, na base, na essência, Ver. Bernardino, acabo por
afirmar o seguinte, na prática, o Município já coloca, em média, dentro desse
programa, mais do que o Fundeb preconiza – pouco a mais, mas é a mais. Então, a
Emenda nº 25 não passa de uma boa proposta de discurso que soa como música nos
ouvidos de muita gente, mas que, na prática, não leva a nada. Por essa razão é
que nós temos que continuar com o projeto, derrotar a emenda e deixar que o
projeto vigore e faça com que as coisas aconteçam com naturalidade, como
ocorreram até agora, independentemente, nesse momento, dessa emenda devidamente
vetada, cujo Veto nós devemos acolher por ser correto e adequado. Muito
obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
(O
Ver. Mauro Pinheiro assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra
para discutir o PLE nº 029/14, com Veto Parcial.
O SR.
CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu gosto
de vir à tribuna quando tema é criança. Inicio esse tema pedindo para o
Prefeito devolver o Prêmio que recebeu: Prefeito Amigo da Criança. Porque o
Prefeito que recebe o Prêmio Amigo da Criança e diz que as creches não podem
receber o dinheiro porque não cumprem as exigências – não deveriam nem estar
abertas, então. Ou ele permite que estejam abertas por pura incompetência,
porque não poderiam estar abertas. O
Conselho Tutelar teria que ir lá, junto com a Secretaria de Educação, e fechar
as creches. Eu acredito que todas estão abertas porque podem abrir. Todas as
creches comunitárias que querem ter direito a essa verba estão abertas, porque
cumprem rigorosamente a lei. Fazem um papel essencial para a cidade de Porto
Alegre e, principalmente, um papel essencial que a população exige que seja
feito na educação, como na segurança pública e na saúde, que é o papel da
prevenção. Isso não tem dinheiro no mundo que pague. Não tem dinheiro no mundo!
Um governo que gasta milhões em comunicação, com incentivos para empresas, com
obras inacabadas que vemos até hoje em Porto Alegre vem dizer que não tem
dinheiro para investir em educação?! O que é isso? Em que mundo nós estamos? E
ainda recebe um prêmio de Prefeito Amigo da Criança? Que Prefeito Amigo é esse?
Que criança é essa? Estamos falando de creche comunitária! Estamos falando de
filho de trabalhadora, que sai de casa para trabalhar e deixa o seu filho; se
não tiver essa creche comunitária, o filho vai ficar na mão do tráfico, vai
ficar na mão do narcotráfico, vai ficar aprendendo a manejar arma, vai virar
“aviãozinho” do narcotráfico. Como é que a Prefeitura não tem esse dinheiro
para dar para essas creches, para essas pessoas? Vários aqui eu conheço; tem
dirigentes sindicais, vigilantes, que prestam serviços comunitários, saem dos
seus postos e vão com suas famílias atender em creches comunitárias na Vila
Farrapos.
Vão visitar as creches
antes de dizer que não tem que dar dinheiro. Vão visitar! É muito simples
nivelar por um ou dois. Agora, dizer que não estão regularizados, dizer que não
tem dinheiro...
Volto a insistir: vamos
diminuir o número de CCs da Prefeitura, que vai sobrar bastante dinheiro. Vamos
diminuir o número de Secretarias da Prefeitura. É Secretário, é Secretário
Adjunto, é o motorista, é secretária, é isso, é aquilo, é aquele outro... É um
monte de CCs, um monte de FGs, um monte de estrutura. Vamos diminuir, que vai
sobrar dinheiro para o povo de Porto Alegre, para a estrutura que é necessária
para o povo, que é a saúde, a educação, a segurança pública, a infraestrutura.
Vamos diminuir essa máquina pesada que a população de Porto Alegre sustenta e
não aguenta mais sustentar. Agora, dizer que não tem dinheiro para educação,
para educação de base, educação que garante o futuro? Aí, não adianta nós
dizermos que vamos acabar com o Presídio Central, porque vai ser pouco. Se não
investirmos nas creches, se não investirmos nas escolas infantis, se começarmos
a discriminar as creches comunitárias, as creches das vilas de Porto Alegre,
nós vamos estar discriminando uma parcela grande da população de Porto Alegre.
Então, eu acho que esta
Casa, a Casa do Povo de Porto Alegre, a Casa que representa o povo sofrido
desta Cidade, com certeza, tem que derrubar este Veto. Não pode uma parcela da
população ser discriminada na hora de distribuir a receita, na hora de
distribuir o dinheiro para os nossos filhos. Eu acho que tem que ser
distribuído em partes iguais. Se as creches comunitárias são cadastradas pela
SMED, se as creches comunitárias são fiscalizadas pela SMED e pelo Conselho
Tutelar, elas estão em pleno funcionamento cumprindo um papel social, em
benefício da comunidade de Porto Alegre, para o futuro de gerações de
porto-alegrenses, para não caírem no narcotráfico, não ficarem na mão do
banditismo. Com força, fé e solidariedade, nós vamos melhorar a vida do nosso
cidadão de Porto Alegre.
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver. Professor Garcia
reassume a presidência.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Dr. Thiago está com a palavra para discutir o PLE nº
029/14, com Veto Parcial.
O SR. DR. THIAGO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, público que nos assiste pela TVCâmara, público que
participa da nossa sessão plenária, eu venho a esta tribuna para ratificar a
minha posição favorável à manutenção desse artigo. Vou ler o art. 25. (Lê.):
“Fica garantido, para o exercício de 2015, o repasse de recursos às creches
comunitárias conveniadas com pelo Poder Executivo Municipal no mesmo parâmetro
custo/aluno do Fundeb.”
Então, quero reiterar as
palavras que foram ditas pelo Ver. Clàudio Janta, acho fundamental a manutenção
desse recurso, que possibilitará que as creches, efetivamente, possam ter um
serviço mais qualificado, Ver. Nedel, e esta é a opinião deste Vereador. Eu
penso que saúde e educação precisam de muito e muito investimento. Como diria o
Brizola: “Privilégio, sempre, às crianças.” Parabéns pela luta de todos vocês,
contem com o meu voto.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para discutir o
PLE nº 029/14, com Veto Parcial.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Caros
colegas, muito boa tarde. Já estou muito bem contemplado aqui pela excelente
fala do Ver. Clàudio Janta, mas é preciso que se sublinhe, mais uma vez, a
importância do que estamos aqui tratando. Efetivamente, qual é a prioridade
desta Cidade. Ver.ª Sofia, eu trocaria metade dos recursos da obra da orla do
Guaíba para as creches de Porto Alegre; eu trocaria 1/3 do viaduto da Av. Bento
Gonçalves para atender às creches da nossa Cidade; eu trocaria 1/3 do viaduto
da Av. Beira Rio para atender a essa diretriz das creches da Cidade. Acho que é
uma discussão importante, relevante, porque muito se discute educação. Eu
olhava os números, e parece-me, Ver.ª Sofia, que de 1989 até 2002, esta Cidade
atingiu o número de 39 creches próprias. Depois, fui olhar os números de 2002
até hoje, de 39 nós subimos para 40. Este foi o grande aumento da rede própria
de creches do Município: uma! Agora, as 214 creches conveniadas vivem à míngua.
Onde estão os filhos da classe trabalhadora nesta Cidade? Vivem à míngua com um
mau recurso para pagar seus servidores. Inclusive já aprovamos, esta Casa
aprovou essa diretriz, foi aprovada por cada um de nós. E eu fico muito triste
porque vi o Prefeito lutando na semana passada pelo aumento do Fundo de
Participação dos Municípios, e ele ganhou 1% a mais do Imposto de Renda para os
municípios do Brasil como presidente da Frente Nacional de Prefeitos. Mas por
que não usa esse 1% a mais do FNP para as creches do nosso Município? Ou alguém
tem alguma dúvida de que esta tem que ser a prioridade número um? Eu tenho
certeza que não! Eu tenho certeza – não é um juízo moral, de forma alguma – de
que esse é o tema prioritário, número um, número zero. Nós sabemos que esse
investimento vamos colher em todas as áreas, em todos os indicadores.
Vi hoje que, mais uma
vez, Porto Alegre foi, infelizmente, a campeã nacional de portadores do HIV.
Mais uma vez. Nossa Cidade tem atingido o primeiro lugar nas epidemias, Ver.
Dr. Thiago, em todas as epidemias a nossa Cidade tem sido a campeã nacional nos
últimos anos. Alguma dúvida de que se investir na educação, desde a primeira
infância, é a forma de mudarmos esses indicadores todos?
O Sr. Dr. Thiago: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só para embasar os seus
números, pois V. Exa. é um estudioso e gosta de números: os números do Brasil
são 20 casos de Aids para cada 100 mil; os números do Estado do Rio Grande do
Sul são de 40 casos para cada 100 mil; e os números de Porto Alegre são 100
casos de Aids para cada 100 mil.
O SR. ALBERTO KOPITTKE:
Muito importante o seu registro hoje, Dia Internacional da Luta contra o HIV, e
essa notícia triste de que nossa Capital tem virado campeã nacional das
epidemias.
Fica aqui o pedido, o apelo
para que nós não abramos mão disso que nós todos já decidimos e que vai
representar um grande salto para as crianças que mais precisam, da nossa
Cidade. Talvez poucas coisas pudéssemos fazer mais por esta Cidade do que
rejeitar esse Veto do Sr. Prefeito, que deveria entregar o seu Título de Amigo
da Criança por causa deste Veto. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir o
PLE nº 029/14, com Veto Parcial.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos assiste, na
verdade a educação deve ser prioridade, não resta nenhuma dúvida. O Município é
obrigado, pela Constituição, a pagar no mínimo 25% de algumas receitas para a
educação, e ele gasta 28% em educação, ou seja, gasta muito mais do que o
mínimo exigido.
Mas vamos falar d caso
do Fundeb, em que o Governo Federal passou a obrigação do Ensino Infantil para
os Municípios. Ele manda recursos? Manda, sim, mandou, para nós, do Município,
R$ 42 milhões em 2013 – isso, pela tabela oficial do Fundeb –, só que a
Prefeitura gastou R$ 49 milhões, ou seja, tirou R$ 7 milhões de seus recursos
para a educação. Nada mais justo, até poderia fazer mais, só que a emenda da
Ver.ª Sofia quer, Ver. Janta, que seja o mesmo valor do Fundeb. Ora, o valor do
Fundeb por aluno/ano é de R$ 2.953,52, e a Prefeitura paga R$
3.025,22, ou seja, a Prefeitura paga mais. Pela emenda da Ver.ª Sofia, vão
reduzir, pessoal, o valor que a Prefeitura é obrigada a pagar. É incrível, ela
tomou, equivocadamente... Ela leu errado aqui; é só ler aqui o que o Fundeb
paga.
(Manifestações nas galerias.)
O SR.
JOÃO CARLOS NEDEL: Vocês não acreditam, mas é verdade.
(Aparte antirregimental da Ver.ª Sofia
Cavedon.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Por favor, tem Vereador na
tribuna, depois podem se manifestar.
O SR.
JOÃO CARLOS NEDEL: Eu leio direito, V. Exa. que deve ter, acho, a visão
equivocada. Então, é claro que as creches merecem ganhar mais, não tenha dúvida
que os funcionários merecem ganhar mais, eu sei o que é isso, sei que em certas
localidades a comunidade não tem recursos para, às vezes, pagar R$ 10,00, R$
20,00, é evidente que merecem, mas essa emenda pede para reduzir o valor! Não dá
para entender! Então, senhoras e senhores, vocês estão sendo enganados. Essa é
a tristeza.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Jussara Cony está com a
palavra para discutir o PLE nº 029/14, com Veto Parcial.
A SRA.
JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, Ver.ª
Sofia, autora da emenda, quero cumprimentar a todos os trabalhadores de creches
que estão aqui acompanhando essa votação, a presença de vocês é importante,
porque, além de nos darem subsídios, assistem a uma votação de extrema
importância. Porque nós não estamos falando de qualquer coisa, estamos falando
na perspectiva. Porque todo mundo sempre diz: a criança é o futuro do Brasil;
não, a criança é o presente do Brasil, para construir um outro futuro.
Portanto, nela tem que ser investido. Então, eu estou aqui com a tabela, e,
pelos argumentos trazidos pelo Ver. Nedel, não convence; pelo contrário, a
tabela é até contraditória com os argumentos do
Prefeito. Estou também, ao mesmo tempo, com a tabela do Fundeb, que me foi dada
por uma funcionária, que mostra o quanto se gasta, mesmo, na realidade, para um
atendimento digno com as crianças da creche comunitária. Porque nós não podemos
aqui diferenciar, ainda mais onde há mais vulnerabilidade, o lugar onde estão
os filhos dos trabalhadores. Então, quanto aos valores do Fundeb por aluno/ano,
das instituições conveniadas via Fundeb, o que a Ver.ª Sofia quer? Que fique
garantido, para 2015, o repasse integral para creches comunitárias. É isso de
que trata a emenda e é isso que nós temos que votar, derrubando esse veto
parcial à emenda da Ver.ª Sofia. É disso que se trata. A própria exposição de
motivos do veto à emenda não explica, não convence. Essa exposição de motivos
aqui da Prefeitura não explica e não convence. Por que a Prefeitura insiste em
não passar o valor igual ao do Fundeb para as creches comunitárias? Isso é uma
pergunta. É o necessário, eu diria mais do que necessário, é o mínimo
necessário! Quem trabalha nas creches sabe que, muitas vezes, determinados
itens que são essenciais para as crianças não tem, e os trabalhadores, muitas
vezes, põem do seu bolso! A gente sabe disso. Então, vamos deixar as coisas
claras aqui.
E aí é uma questão de
gestão. Como a gestão olha? Isso aqui é investimento ou é gasto, sob a óptica
da gestão? Parece-me que é só gasto. Mas isso é investimento! Educação é
investimento! As creches comunitárias inclusive estão funcionando conveniadas
com a Prefeitura – e o Ver. Clàudio Janta foi perfeito na sua análise, então
não preciso repetir. Por que essa discriminação? Porque eu considero uma
discriminação. Ou não há interesse em investir quando se trata de educação? Não
é gasto, é investimento, eu repito.
Mas tem mais algumas
questões que eu quero colocar aqui: investimento nas gerações futuras,
portanto, no futuro da Cidade, e investimento desde a primeira infância. Isso é
um direito da criança! Cada ser, cada cidadão que nasce tem o direito de ser
investido na sua educação. Educação, assim como saúde, é direito de todos e
dever do Estado; Estado enquanto ente público.
Eu quero chamar a
atenção da Prefeitura e também dos colegas Vereadores que a aprovação do Veto
do Prefeito vai na contramão da justiça social; são creches comunitárias das
vilas de Porto Alegre, são filhos dos trabalhadores e das trabalhadoras
mulheres! (Palmas.) Hoje, nós, mulheres, representamos 50% dos chefes de
família neste país! Então são filhos de homens e mulheres e de muitas mulheres
chefes de família! Sem nunca esquecer, finalizando, que a creche é um direito
da criança como cidadão, prioritariamente como cidadão hoje, para que seja
formado o cidadão de amanhã para uma nova Cidade, para um novo país, para uma
grande Nação! A educação é base, e isto aqui é prioritário! (Palmas.)...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
A SRA.
JUSSARA CONY: ...Eu chamo atenção não só da
gestão, mas desta Casa: nós vamos votar pensando que é gasto ou nós vamos votar
pensando que é investimento para a cidadania das nossas crianças? A Bancada do
PCdoB está com Vossa Excelência, Ver.ª Sofia!
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para discutir o PLE nº 029/14, com Veto Parcial.
O SR. VALTER NAGELSTEIN:
Sr. Presidente, senhoras e senhores, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, não é a
primeira vez que eu, como Vereador da base, me dou por impedido de acompanhar o
Governo (Palmas.). Porque eu conheço a realidade das creches comunitárias, não
de todas, obviamente – muitos de vocês também não me conhecem, até porque nós
não temos condições de abraçar todas –, e sei das dificuldades do dia a dia de
cada uma de vocês: dificuldade de comida; remédio; material escolar; colchão;
de uma carteira; de absolutamente tudo. E é uma posição minha,
independentemente de qualquer outra coisa, toda
vez que for para aumentar recurso em educação, contem comigo. Não há nada mais
importante.
Não quero ir para o
caminho do Vereador que me antecedeu que sugeriu tirarmos recursos da orla.
Não! Sabem por quê? Porque, também, não adianta só dar uma creche ou uma
escola, e não ter esporte e não ter lazer e não ter diversão, porque essas
coisas têm que ser transversais e integradas. Então, nós precisamos ter uma
Cidade bonita, precisamos de ruas boas, precisamos de uma orla aprazível, que
as pessoas possam pegar o ônibus no domingo de passe livre, por exemplo,
aqueles mais carentes, e que possam vir para cá e conviver com o nosso Guaíba.
Portanto, eu não faria essa recomendação. Também não diria para tirar de um
viaduto, porque a Cidade precisa que se possa circular, as ruas são as veias de
uma Cidade por onde circulam os ônibus, os carros, a riqueza. Também não
tiraria das ruas. Mas tem de onde tirar! E tem onde por! E tem o que priorizar,
que é exatamente o que estamos trabalhando aqui.
Eu falava, há pouco,
para a senhora que está ali – a Jussara –, e quero dizer que eu fico feliz que
já foi equacionada a questão do 13º salário, que era um problema. Durante um
tempo, o Ministério Público, por exemplo, proibiu as creches de cobrar uma
pequena contribuição voluntária dos pais, o que me pareceu um equívoco, porque,
às vezes, quem pode contribuir tem que contribuir. As creches precisam desses
recursos. E nós precisamos falar isso.
Eu quero dizer que vou votar a favor, mas não sem antes dizer para a Ver.ª Sofia que essa questão tem como pano de fundo, e vocês conhecem melhor do que eu esse problema, que é a questão da falta de planejamento familiar. A maior parte das crianças que são atendidas pelas creches que vocês cuidam está lá porque os pais têm que trabalhar e têm que deixar as crianças lá. E, muitas vezes, os pais são desassistidos, falta informação. Hoje uma mulher quer fazer uma ligadura de trompa, mas não pode fazer, porque tem a cultura de que, cada vez que troca de namorado, quer dar um filho novo. Essa é uma questão cultural que precisamos combater também. Vocês, que são formadores de opinião, precisam nos ajudar a combater, porque vocês estão tratando do problema, mas nós não estamos tratando da solução. O que vocês estão fazendo, aqui, hoje, é enxugando gelo, porque, enquanto nós não tivermos no nosso País uma política de planejamento familiar, cada vez virão mais crianças para as creches de famílias que não têm condição de dar educação para os seus filhos, de cuidar deles! E a Ver.ª Sofia, que dessa vez acerta em fazer essa emenda, mas, quando se fez um projeto em Porto Alegre, lá na Restinga, de implantação de implante subcutâneo, especialmente para mulheres pobres, ela foi contra, ela denunciou! Ela denunciou, naquele momento, porque ela disse que aquele era um projeto discriminatório, que era para esterilizar – me desminta se eu estou mentindo – mulheres negras e pobres. O que não era verdade, porque era um projeto gratuito de implante subcutâneo! E vocês sabem melhor do que eu que, infelizmente, as meninas com 14, 15 anos estão engravidando! E depois que engravidou com 14, 15 anos, desculpem, mas a vida está estragada, porque para o homem é fácil, ele faz um filho e vai embora, mas a mulher tem que ficar cuidando...
(Som cortado
automaticamente pela limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. VALTER NAGELSTEIN:
...Acho importante que todo recurso que
pudermos alocar colocarmos na educação, colocarmos nas creches. Com R$ 2,5
milhões, eu não vejo problema! De um Orçamento de R$ 6 bilhões do Município,
buscar R$ 2,5 milhões para um setor que precisa, como o de vocês, não vejo
problema! Se tiver que tirar da publicidade governamental, por exemplo, tiremos
da publicidade! Agora, vocês têm que ser agentes sociais da transformação,
vocês têm que nos ajudar a que os governos – todos eles –, a Secretaria
Municipal da Saúde, a Secretaria Estadual da Saúde e o Governo Federal –
trabalhem em projetos de planejamento familiar e controle da natalidade, senão,
como eu disse, simplesmente, nós vamos estar a cada dia enfrentando um problema
que segue acontecendo, que vai continuar acontecendo, porque nós precisamos é fazer
com que as pessoas possam ter a opção de ter filho ou não! Era isso, senhoras e
senhores, muito obrigado pela atenção. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para discutir o PLE
nº 029/14, com Veto Parcial.
O SR. MAURO PINHEIRO: Sr.
Presidente, Professor Garcia; Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, público que nos assiste pelo Canal 16,
guerreiros da educação que lutam dia a dia para sobreviver nas suas creches
comunitárias, realmente só podemos lamentar, Ver.ª Sofia Cavedon, a postura da
Prefeitura Municipal de Porto Alegre. A expectativa de gastos do Município na
educação é pouco mais de R$ 10 milhões. Isso para o Município é menos de 1% do
Orçamento, é 0,2 ou 0,3% do Orçamento. Isso não faz diferença nenhuma no
Orçamento. A Prefeitura mostra as suas prioridades, essa é a prioridade da
Prefeitura. Todo dia se fala em educação, mas, na hora de aprovar menos de 1%
do Orçamento aos guerreiros da educação, que estão lá dentro das comunidades,
que estão lutando pela educação, o Prefeito Municipal veta.
Foi publicado hoje nos
jornais que R$ 35,8 milhões são alvos no Tribunal de Contas do Estado (mostra
documento), porque o Município pagou hora extra para CCs. Ou seja, além de ser CC,
receberam hora extra, Ver.ª Jussara Cony. O Tribunal de Contas aponta
irregularidades de mais de R$ 35 milhões, quando nós estamos falando de menos
de R$ 11 milhões para a educação. Cargo em comissão ganhando hora extra! Nunca
tinha visto isso, Ver.ª Fernanda! E o Tribunal de Contas está apontado e está
dizendo que o Município, se for julgado irregular, terá que devolver dinheiro.
Talvez esse dinheiro que vai ter que devolver sirva para a prioridade que
deveria ser a educação.
Quando presidimos a CPI
da Procempa, mais de R$ 50 milhões foram desviados dos cofres públicos para
eventos, para festas, aí, nós vemos aqui pouco mais de R$ 10 milhões, que
seriam 20% do que foi desviado na Procempa, e que melhoraria muito a educação
no nosso Município.
Então essa é a
prioridade. Educação é prioridade ou não? Se é, não adianta o discurso de dizer
que a prioridade é educação e não investir, não botar recursos. Prioridade da
boca para fora é fácil, dizer que é amigo da criança, eu diria que não é amigo
da criança, é amigo da onça! porque o discurso é...
Amigo da onça, não é amigo das crianças. Não, nada contra os animais. Mas nós
temos, sim, que ver que a prioridade, Ver.ª Lourdes... É muito fácil dizer que
prioriza a Educação, e, na hora que nós precisamos colocar recurso, retira
recurso da Educação para colocar mais CCs, para colocar hora-extra para CCs, há
órgãos públicos na Prefeitura que têm 68% de estagiários. Para que tantos
estagiários, quando a lei diz que são 20%? Vai colocando, vai colocando, é a
casa-da-mãe-Joana, não é? E na hora de priorizar o que realmente se necessita,
que é a Educação, corta, corta, corta, assim como corta na Saúde, corta na
Educação e depois, no discurso: “Nossa prioridade é Educação, é Saúde, é
Segurança”, e, na hora de colocar recursos, corta, corta. Então vocês podem
contar conosco, nós vamos votar favorável, sim, vamos derrubar esse Veto do
Prefeito, tenho certeza, que os Vereadores, mesmo os Vereadores da base do
Governo, vão votar com a Educação, vamos derrubar, vamos colocar recursos onde,
realmente, deve ser a prioridade, que é a Educação do nosso Município. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra para discutir o
PLE nº 029/14, com Veto Parcial.
O SR. MARCELO SGARBOSSA: Boa
tarde a todos e a todas. Bom, estar aqui, como disse o Ver. Mauro, é uma
questão de prioridade. A gente sabe que o Orçamento é prioridade, o Orçamento
existe, ele é colocado em outros lugares ou não é colocado. Esta é a decisão
difícil, obviamente, de quem está no comando da Prefeitura da Capital. Também é
uma questão conceitual. Quem entende que uma creche comunitária é uma espécie
de depósito de crianças, bom, aí está decidido, se quer, simplesmente, deixar
ali as crianças depositadas, quando poderia pensar diferente. Uma creche
comunitária é um espaço da comunidade, foi cuidada pela comunidade, construída
pela comunidade. Eu nem vou listar aqui a importância disso na questão do
redirecionamento, ou direcionamento da criança, na questão de uma educação de
valores, ou indo mais concretamente, não deixar uma criança ir pelos caminhos
equivocados da vida. Então, vejam, nós estamos falando aqui de uma concepção
central que uma construção comunitária deveria ter. Quando se alega que não tem
recursos, esse parece ser o grande trunfo do Administrador, dizer que não tem
recursos. De um lado, nós temos um comparativo com São Paulo, em que as creches
recebem R$ 56 mil por mês, enquanto estamos aqui recebendo R$ 26 mil e lutando.
E, no caso, aqui, o esperneio de alguns Vereadores por não ser aprovado um
acréscimo de 5%, que redundaria – a Ver.ª Sofia fez aqui um cálculo breve –, ao
todo, nessas 218 creches comunitárias, um aumento de R$ 11,7 milhões ao ano.
Alguns perguntariam: “Nossa, que valor alto?”. Que valor alto? Então me deixem
listar para vocês alguns temas. Primeiro, queria corrigir aqui o que a
Vereadora me passou: com o reajuste, estamos falando em R$ 3.656,00, e não nos
dois e novecentos e alguma coisa que o Ver. Nedel colocou. Então o cálculo do
Ver. Nedel realmente está equivocado. Eu listei aqui, rapidamente, onde o
Município deixa de arrecadar, ou onde priorizou recursos equivocadamente. O
SIAT, em que o Ver. Mauro aqui é especialista, um sistema de arrecadação, não
tenho o número certo, mas acima de R$ 200 milhões a Prefeitura perdeu e perde
todos os dias por não arrecadar recursos.
Um tema muito caro a
nós: multas de trânsito. As ciclovias, em Porto Alegre, eram vinculadas às
multas de trânsito, mas uma emenda do Ver. Cassio Trogildo tirou a vinculação
das multas e vinculou ao Orçamento. Em torno de R$ 6 milhões ao mês saem, hoje,
do Orçamento, ou seja, poderiam e deveriam ir para as creches, R$ 6 milhões por
mês! Não estão indo, a Prefeitura está até sendo condenada, estão indo para as
ciclovias, ou melhor, não estão indo.
Depois, temos outros
temas aqui. A Prefeitura está, neste momento, fazendo o Cadastra Porto Alegre.
A Cidade teve um boom imobiliário,
com construções, prédios, moradias novas na Zona Sul, e muitos deles deixam de
recolher IPTU. Neste momento, depois de muitos anos, a Prefeitura está
começando a se dar conta disso e está recadastrando os imóveis de Porto Alegre.
Outro tema também muito
caro a nós é a questão da Câmara de Compensação Tarifária, criada por lei, em
que as empresas deveriam depositar, mensalmente, recursos, para, inclusive,
baratear a passagem de ônibus em Porto Alegre. Algumas empresas deixaram de
recolher há mais de um ano esses recursos. Só na Sudeste, por exemplo, um dos
consórcios, mais de R$ 2,5 milhões não foram recolhidos; na STS, valores
parecidos; na Conorte, R$ 2,1 milhões. A Prefeitura demorou mais de seis meses
para entrar com ação na Justiça para cobrar as empresas de ônibus que deixaram
simplesmente de fazer o recolhimento para a Câmara de Compensação Tarifária.
Estou exemplificando para mostrar para vocês, voltando ao início da minha fala,
que tudo é questão de prioridades. Infelizmente, como disse o Ver. Janta, o
prêmio que o Prefeito recebeu, Amigo da Criança, ele deveria devolvê-lo,
porque, efetivamente, ele não está priorizando. Os números estão aí. O Governo
do PT tinha 40 creches municipais, hoje temos apenas uma a mais. Isso mostra o
quanto não é uma política pública efetiva...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir
o PLE nº 029/14, com Veto Parcial.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA:
Boa tarde a todos e a todas, lideranças comunitárias, tantos anos de lutas
pelas nossas creches no Município e nós temos que vir aqui, infelizmente,
porque essa emenda já havia sido aprovada na LDO. Agora é vetada pelo Governo
Municipal com o argumento absurdo de que não tem dinheiro para aumentar um
repasse que é, verdadeiramente, de fome. Hoje as creches comunitárias
conveniadas vivem à mingua. A Ver.ª Jussara me deu um demonstrativo para ver
como não sobra centavo sequer para investir mais em materiais didáticos
pedagógicos, na infraestrutura necessária, inclusive para a ampliação das
creches conveniadas, ou mesmo em um investimento da Prefeitura nas próprias
escolas de Educação Infantil.
Ouvi atentamente muitos
dos argumentos usados nesta tribuna para tentar defender o indefensável, que é
não aprovar a emenda, ou seja, rejeitar o Veto, que garante que esses recursos
venham em conformidade com o custo do Fundeb, o que dá uma sobrevida de cerca
de R$ 600,00 para o custo/aluno, que na nossa opinião é um investimento. Porque
educação é investimento fundamental para combater as desigualdades sociais,
para garantir as oportunidades, para garantir que as mães possam sair para
trabalhar com tranquilidade, quando, infelizmente, boa parte das nossas mães
são obrigadas a deixarem os filhos com os vizinhos, com a família, em função de
não ter uma vaga na creche, ou do custo abusivo
que têm as creches privadas, com valores lá em cima, o que torna quase
impossível às mulheres trabalhadoras conseguir pagar esses valores
exorbitantes.
Primeiro, já foi
corrigida aqui pelo Ver. Marcelo a confusão – na nossa opinião, proposital –
que foi feita, aqui desta tribuna, em relação aos valores dos repasses. Eu
queria dizer que nós podemos citar, no mínimo, três lugares de onde o Governo
retirasse esses R$ 2 milhões do Orçamento de 2015 para melhorar esses valores.
Nós podemos cortar R$ 2 milhões, que é a emenda da Ver.ª Sofia ao Orçamento,
porque, para garantir o custo Fundeb, o investimento Fundeb, seriam necessários
R$ 20 milhões. Poderia ser dos R$ 6 milhões que eles gastam anualmente com os
cargos em comissão, um verdadeiro cabide de empregos da Prefeitura para colocar
os cargos dos Partidos aliados do Governo! Cortando 20%, já seria possível
colocar esses R$ 20 milhões nas creches conveniadas, na Educação Infantil, na
valorização das políticas educacionais, na busca pela ampliação sistemática das
vagas que faltam no Município de Porto Alegre, o que poderia ser resolvido com
o aumento dos repasses e com uma política que investisse, estruturalmente, na
Educação Infantil na Cidade. Poderia ser tirado da terceirização, dos R$ 800
milhões, em média, que eles gastam para terceirizar o serviço público, quando
têm funcionários de carreira para executar esses serviços. É o que acontece
agora no DMAE, onde tem 30 trabalhadores para fazer a leitura do hidrômetro, e
eles querem terceirizar o DMAE, colocando um custo de R$ 2 milhões anuais para
a terceirização dos serviços, quando têm funcionários públicos de carreira que
podem fazer esses serviços com qualidade, devendo abrir concurso para valorizar,
evidentemente, o serviço público, mas já estão previstos esses recursos
humanos. Ou poderia tirar da busca pelos milhões que foram desviados pela
corrupção no Município, como é o caso dos R$ 50 milhões da Procempa, que teve
até dinheiro voando pela janela, mas, na hora de botar dinheiro nas creches,
não pode, não dá, vetam as emendas! É um desrespeito sistemático com as
políticas públicas que importam à população, enquanto sobra dinheiro para
terceirização, para cabide de emprego. No caso da Procempa, foram R$ 50
milhões, no caso do meio ambiente, que nós discutimos pela manhã, o prejuízo ao
Município chega a R$ 6 milhões do ponto de vista das compensações ambientais e
do ponto de vista do meio ambiente. Esse prejuízo é irreparável porque árvores
foram cortadas e não estarão nas ruas para proteger a população do calor, da
poluição e para embelezar a nossa Cidade.
Então, sim, vamos
derrotar e derrubar o Veto do Prefeito para garantir respeito às nossas creches
conveniadas. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação o PLE nº 029/14, com Veto Parcial. (Pausa.) A
Ver.ª Any Ortiz está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 029/14,
com Veto Parcial.
A SRA. ANY ORTIZ: Boa
tarde, Presidente Garcia; boa tarde a todos e a todas aqui presentes; eu
gostaria de acrescentar algumas questões às que foram referidas nas falas de
alguns colegas Vereadores. A questão cultural, como levantou o colega Ver.
Valter Nagelstein, eu não digo só da Cidade, Valter, mas da cultura de todo um
país. Quando a gente vê os escândalos, principalmente, na política, como os que
nós estamos acompanhando há algumas semanas, como o povo conduz isso, sempre há
uma resposta: tudo se resolve com a educação. É na sua formação que o cidadão
vai entender o que é certo e o que é errado, como deve fazer e como não deve
fazer. Eu discuti uns dias atrás e, ontem à noite, vi uma reportagem na TV
sobre os jovens, sobre essa nova geração que a gente tem, sobre quais são as
ambições dessa geração, o que eles entendem como certo e errado, o que eles
olham, hoje, na TV e o que entendem a partir disso. Como são as relações
familiares, como elas estão colocadas hoje em dia entre pais, mães, padrastos,
madrastas, ou a ausência dos pais, ou a ausência das mães, ou de ambos. Isso
está tendo um reflexo muito grande na nossa juventude entre 13 e 18 anos. E o
que a gente espera das novas gerações e dessas crianças que hoje estão nessas
creches, como elas vão estar daqui há 10 ou 15 anos, qual vai ser a geração e
como elas se vão se comportar frente ao mundo.
A questão da Aids também
foi colocada. Hoje é o Dia Mundial de Combate à Aids, Porto Alegre é a Capital
com mais casos de Aids, e, nessa pesquisa, também foi colocada a questão de
como essas crianças enxergam isso. Muitas não enxergam a Aids como um risco, ou
não enxergam esse problema, Ver. Kopittke, que foi quem falou sobre o assunto,
como um real problema na sociedade, como se aquilo estivesse muito longe dela.
E o Dr. Thiago trouxe números a esta tribuna que mostram que isso não está
longe nem delas nem de nenhum de nós.
É meritório o
investimento que o Governo faz além do que o Fundeb oferece ao Município de
Porto Alegre, podendo complementar com mais de R$ 7 milhões. É importante, mas
eu entendo que todos os recursos que forem investidos em creches, na educação
e, principalmente, nesse período de formação dessas crianças são muito
importantes. É neste momento e é nesta idade em que as crianças estão na creche
que poderão ter o melhor atendimento. É o momento em que nós vamos criar
cidadãos e poderemos montar, através dos professores bem qualificados, de
funcionários bem qualificados e motivados a trabalhar, a formação de cidadãos,
a formação de uma nova sociedade, dessa sociedade que a gente tanto almeja e que,
muitas vezes, a gente critica quando observa fatos. Então, quando se fala em
sociedade, quando se fala em cultura gaúcha, quando se fala em cultura de um
país que está muito deficiente de boas pessoas, de pessoas que realmente
queiram fazer alguma coisa pela sociedade, a gente tem que investir em
educação.
Nada mais justo do que a
gente investir na formação de crianças, tanto em creches públicas, como em
creches comunitárias. As creches particulares hoje, e a Ver.ª Fernanda colocou,
tem um preço muitas vezes maior do que o preço que se paga por uma escola
particular. Por quê? Pela importância que tem essa fase do ensino. Não é à toa
que as creches têm esse valor tão alto, pois não é pouca a responsabilidade dos
funcionários que trabalham com essas crianças em manter e conseguir educá-las,
para podermos viver dentro da sociedade que almejamos. Então, senhores, eu vou
votar também...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
A SRA. ANY ORTIZ: ...Nós
não pensamos apenas numa emenda que foi feita por uma Vereadora, mas num
investimento em educação, em pessoas, nos cidadãos que vão poder tomar conta
desta Cidade, deste Estado nos próximos anos. Muito obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Registro que, na última sexta-feira, a Câmara Municipal de
Porto Alegre recebeu o Selo de Acessibilidade. (Lê.): “A Prefeitura de Porto
Alegre, através da Secretaria Municipal de Acessibilidade e Inclusão Social, tem
a honra de conferir à Câmara de Vereadores de Porto Alegre o presente Selo de
Acessibilidade, de acordo com o Decreto Municipal nº 15.752, de 05 de dezembro
de 2007, face à acessibilidade parcial (ambientes, elementos, equipamentos,
entre outros) alcançada na edificação existente, no atendimento às pessoas com
diferentes características antropométricas e sensoriais, de forma autônoma,
segura e confortável.”
Quero dizer que grande
parte deste selo tem muito a ver com o nosso Ver. Paulo Brum, que, durante muitos
anos, ajudou na construção. Agora também estamos vendo a rota acessível para os
deficientes visuais.
Aproveito para registrar
uma outra distinção que a Câmara vai receber do Tribunal de Contas do Rio
Grande do Sul, que informa (Lê): “[...] em atenção à Resolução TCE-RS nº
1.014/2014 e à Instrução Normativa do TCE-RS nº 10/2014 (respectivamente,
institui e regulamenta o ‘Prêmio Boas Práticas de Transparência na Internet’), o portal deste Legislativo
foi objeto de avaliação pelo Corpo Técnico desta Casa e atingiu a pontuação
mínima exigida para a concessão de diploma e selo digital, tudo conforme
prescrevem os referidos atos normativos. Assim, o Tribunal de Contas convida V.
Exa. para a cerimônia de premiação, que será realizada no dia 8 de dezembro de 2014,
às 15h30min, no auditório Romildo Bolzan, situado na Rua Sete de Setembro, nº
388, nesta Capital. O Prêmio faz parte da campanha ‘Transparência, faça essa
ideia pegar’ e tem por objetivo enaltecer os sítios de Executivos e
Legislativos municipais gaúchos que se destacarem no quesito ‘transparência
ativa’. A relação completa dos entes locais a serem agraciados estará
disponível no portal do Tribunal de Contas do Estado a partir do dia 1º de
dezembro de 2014.”
Quero, aqui, agradecer a
todos os funcionários da Casa que, ao longo dos anos, têm trabalhado pelo
Portal Transparência, em especial agradeço à Márcia Almeida, coordenadora desse
quesito aqui na Câmara. (Palmas.)
O Ver. Clàudio Janta
está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 029/14, com Veto
Parcial.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, acho que antes de votar a gente não pode ter
dúvida. E depois que o Ver. Nedel subiu à tribuna, Ver. Tarciso, eu fiquei com
dúvida. A Ver.ª Sofia me fez vir à tribuna defender veementemente a sua emenda;
e o Ver. Nedel, Ver.ª Sofia, diz que a senhora está tirando dinheiro das
creches. Eu não entendi mais nada aqui! Eu estou enlouquecido agora, não sei
mais se em voto com a senhora, se eu voto com o Governo. Com quem eu voto? Voto
com o Dr. Thiago, que está pedindo. Então, eu vim perguntar isso para o Ver.
Nedel: se o Governo diz que veta a emenda da Ver.ª Sofia para poupar dinheiro,
por que não aprova a emenda da Ver.ª Sofia, então? Eu não entendo isso. Esse
Governo, de vez em quando, é meio pateta! Porque, se eu não estou dando
dinheiro para as creches, porque eu quero poupar dinheiro, e a emenda da Ver.ª
Sofia tira dinheiro, estão eu aprovaria a da Sofia!
Agora, vocês me
embaralharam aqui. Embaralharam a minha cabeça, imaginem a cabeça do povo,
imaginem a cabeça da dona de casa, imaginem a cabeça do trabalhador da
construção civil, que está saindo agora e ouvindo a Rádio Câmara, o
metalúrgico, o comerciário!
Acho que aqui a gente
tem que ser mais prático nas coisas. Vereadora, eu acho que a senhora vai falar
depois de mim, se não me engano a senhora está inscrita, a senhora me esclareça
se, na verdade, a senhora está diminuindo o dinheiro das creches, e eu duvido
que a senhora faça isso, ou se a sua emenda está ampliando essa verba para as
creches comunitárias, para as creches de bairro. Porque, se a senhora estiver
tirando dinheiro das creches, eu vou votar contra a sua emenda e votarei a
favor do Governo, com certeza. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a
votação do PLE nº 029/14, com Veto Parcial.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, nós agradecemos a paciência da Cooperativa Marcos
Klassmann, mas eu tenho certeza de que elas estão lutando para ficar lá e ter
uma creche comunitária na área para atender às crianças. Estão perfiladas na
luta, para que as instituições comunitárias infantis não continuem mendigando
dinheiro para sobreviver e para fazer um atendimento que é extremamente
necessário para a nossa Cidade. Eu acho que esses cálculos, aquelas
“pirotecnias” que estão sendo feitas aqui, todas caem, Ver. Janta, diante do
fato. Todos vocês já foram a alguma atividade, alguma janta da Irmã Conceição,
que todo ano faz uma comenda para que as suas instituições, valorosas, que
atendem às nossas crianças mais carentes, possam sobreviver. Todos vocês já
ajudaram numa festa de São João, já ajudaram em mil situações, porque as
instituições infantis recebem pouco para o que elas fazem. Se estourar um
chuveiro, se quebrar um banheiro, se cair um muro, se cair uma janela, se tiver
que pintar com os recursos que recebem, não tem como fazer. Eu recebi aqui o
demonstrativo de uma instituição – vocês receberam também – que gasta, só com
pessoal, R$ 14.183,00, e recebe da Prefeitura R$ 17 mil mensais. Todos os
pagamentos às funcionárias estão aqui, todos listadinhos: R$ 700,00, R$ 800,00,
R$ 900,00. Um salário de professora do Município é, em média, R$ 4.000,00! E
acho que tem que ser pago assim! As instituições infantis gastam quase todo o
recurso – falo para o Ramiro, para o Conrado, que estão aqui representando a
SMED –, que recebem para pagar pessoal: custas trabalhistas, 13º salário,
demissões, que quebram as creches! As custas trabalhistas com demissões,
saídas, multas, fundo – e todos sabem a gravidade disso –, quebram as creches,
e pagando salários baixíssimos, e não conseguem um educador que faz uma
faculdade. Ele não fica, e aí não conseguimos qualificar a educação infantil.
Diante dos fatos, não dá para vir aqui brincar, Ver. Nedel, e dizer que a
emenda reduz recursos. Não dá, é brincadeira! Não aceito brincadeira, porque,
como bem perguntou o Janta, por que a Prefeitura vetaria se é tão inofensiva
essa diretriz? Se ela reduz custo, por que vetaria? Então não brinque aqui,
Ver. Nedel, porque o senhor eu encontro nas jantas da Irmã Conceição. Não
adianta apoiar lá, pontualmente, depois, na hora do Orçamento de R$ 6 bilhões,
não conseguir priorizar.
Aí, senhores, a
diferença é a seguinte: em 2013 o repasse foi de R$ 48,8 milhões – a SMED fala
em R$ 49 milhões, deixa por R$ 49 milhões –, total no ano; divide por 16.575 –
dados da SMED da educação infantil de 2013 –, você obtém uma per capita de R$ 2.947,00. Se for
multiplicar o custo aluno/creche integral, a diferença que dá para o ano, para
cumprir a diretriz: R$ 11,7 milhões. Não dá para priorizar esse valor no
Orçamento? O Governo acha que não dá. Aqui foram dados mil exemplos de onde se
põem recursos em vez de colocar no convênio.
Eu vou dizer aos
senhores: eu acho que é justo, que é moral, que é ético priorizar a criança e
esse atendimento que é heroico – heroico! O que seria da cidade de Porto Alegre
sem a rede de educação infantil conveniada? O que seria das nossas crianças, o
que seria da nossa infância? Então, senhores, por favor, vamos derrubar esse
Veto. (Palmas.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação nominal o PLE nº
029/14, com Veto Parcial. (Pausa.) (Após a chamada nominal.) REJEITADO por 15 votos SIM, 10 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES. Mantido o Veto Parcial.
Apregoo e defiro o Requerimento de autoria
do Ver. Clàudio Janta, solicitando que sejam votadas em destaque as Emendas nº
18, nº 35 e nº 108 ao PLE nº 036/14.
Apregoo e defiro o Requerimento de
autoria da Ver.ª Fernanda Melchionna, solicitando que seja retirado o destaque
das Emendas nº 01, nº 03, nº 04, nº 05 e nº 114, e da Subemenda nº 1 às Emendas
nº 03, nº 04 e nº 05 ao PLE nº 036/14.
DISCUSSÃO GERAL E
VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. Nº 2397/14 –
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 036/14, que estima a receita e
fixa a despesa do Município de Porto Alegre para o exercício
econômico-financeiro de 2015. Com Emendas nos
01 a 125. Com Subemenda nº 01 às Emendas nos 03 a 06, 10, 12, 22,
34, 36, 44, 53, 69, 73, 86, 95 e 104.
Parecer:
- da CEFOR. Relator Ver. Airto Ferronato:
1) Pela aprovação do Projeto e das Emendas nos
03, com a Subemenda nº 01, de Relator; 04, com a Subemenda nº 01, de Relator;
05, com a Subemenda nº 01, de Relator; 06, com a Subemenda nº 01, de Relator;
10, com a Subemenda nº 01, de Relator; 11; 12, com a Subemenda nº 01, de
Relator; 13; 14; 17; 18; 19; 22, com a Subemenda nº 01, de Relator; 24; 25; 26;
27; 28; 29; 31; 34, com a Subemenda nº 01, de Relator; 35; 36, com a Subemenda
nº 01; 37; 38; 42; 43; 44, com a Subemenda nº 01, de Relator; 45; 46; 49; 50;
51; 53, com a Subemenda nº 01, de Relator; 55; 57; 58; 59; 60; 61; 63; 66; 67;
68; 69, com a Subemenda nº 01, de Relator; 70; 71; 73, com a Subemenda nº 01,
de Relator; 75; 76; 77; 81; 82; 86, com a Subemenda nº 01, de Relator; 89; 92;
95, com a Subemenda nº 01, de Relator; 97; 98; 100; 104, com a Subemenda nº 01,
de Relator; 106, 108; 109; 110; 111; 112; 113; 114; 115; 116; 117; 118; 119;
120; 121; 122; 123; 124 e 125, de Relator.
2) Pela rejeição
das Emendas nos 01; 02; 07; 08; 09; 15; 16; 20; 21; 23; 30; 32; 33;
39; 40; 41; 47; 48; 52; 54; 56; 62; 64; 65; 72; 74; 78; 79; 80; 83; 84; 85; 87;
88; 90; 91; 93; 94; 96; 99; 101; 102; 103; 105 e 107.
Observações:
- para
aprovação, maioria simples de votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores
– art. 53, “caput”, c/c art. 82, “caput”, da LOM;
- o Projeto
será votado com as Emendas com Parecer pela aprovação, nos termos do art. 120,
VI, do Regimento da CMPA;
- para a
votação em separado de Emenda com Parecer pela aprovação ou rejeição, será
necessário requerimento subscrito por um terço dos membros da Casa – art. 120,
VI, do Regimento da CMPA;
- após a
aprovação de Parecer na CEFOR e durante a Ordem do Dia não serão admitidas
Emendas (art. 120, § 1º, do Regimento);
-
incluído na Ordem do Dia em 24-11-14;
-
discutiu a matéria o Vereador Idenir Cecchim em 26-11-14.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Em
discussão o PLE nº 036/14. (Pausa.) A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a
palavra para discutir o PLE nº 036/14.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Nós queremos discutir, Ver. Garcia, todos os aspectos do
Orçamento. O primeiro tem a ver com a prática de ver o Orçamento, infelizmente,
se configurar numa verdadeira peça de ficção científica, em que boa parte dos
projetos previstos no Orçamento não é executada. Eu vou dar um exemplo: o do
cadastro imobiliário. Nós temos uma emenda que trata da regularização
fundiária, justamente para as comunidades que ora são ocupações, em razão de
uma política habitacional que é praticamente inexistente no Município de Porto
Alegre, pois, enquanto 54 mil pessoas estão inscritas no Minha Casa, Minha
Vida, menos de 2 pessoas receberam a casa. E nós, em função duma determinação
de haver políticas habitacionais para famílias de zero a três salários mínimos,
vemos as ocupações urbanas como parte de uma política necessária de luta pelo
direito à moradia. Então, nós fizemos uma emenda que inclui a regularização
fundiária, destinando recursos para todas as etapas necessárias para o processo
de regularização, visando a questão do levantamento topográfico; a luta pela
própria desapropriação; a busca para transformar essas ocupações em bairros da
nossa Cidade, como outrora o Leopoldina passou, como outrora o Santa Rosa
passou, como outrora muitos bairros de nossa Cidade passaram, há 20, 30 anos,
lutando pelo direito à moradia. É o caso da Marcos Klassmann, da Maria Leoni,
da Cruzeirinho, da São Luís, e de mais de 24 áreas que, neste momento, estão
ocupadas no Município de Porto Alegre. É o caso da Sarai, que resistiu e
conseguiu a desapropriação de um prédio que serviu para o PCC – imagina, para o
PCC! – e que ficou abandonado durante oito anos no Centro da nossa Capital.
Agora, nós queremos que esse prédio seja para moradia. Porque dividir cidade é
dividir renda, os pobres não têm que estar nas áreas longínquas da Cidade, têm
que estar no Centro da Cidade, para ser mais perto do trabalho, para economizar
no transporte, para combater os vazios urbanos. Nós precisamos ter uma política
que peguem os 2 mil terrenos que estão vazios em Porto Alegre e apliquem na
função social da propriedade. Ou paga mais imposto ou é desapropriado para
virar direito à moradia! O que não pode é ficar terreno vazio para especular,
isso não pode! Enquanto as pessoas não tiverem onde morar, não pode! E nós
fizemos uma emenda com relação ao Fumproarte,
para equiparar ao Funcultura. E o Ver. Airto Ferronato, como Relator do
Orçamento, fez uma outra emenda, Ver. Janta, ao invés de fazer uma subemenda à
minha emenda. Não é o valor que nós queríamos; nós queríamos equiparar com os
valores que há no Orçamento, mas como parte de uma luta por gravar os recursos
e garantir que seja aplicado, como parte de uma luta para obrigar que o direito
constitucional, que o direito à cultura seja resguardado no Município de Porto
Alegre. Então, nós retiramos o destaque da Emenda nº 01 para discutir depois a
nossa emenda que trata do fundo de fomento ao teatro e à dança. Essa lei foi
aprovada lá em 2009, no meu primeiro mandato, e os valores nunca avançaram,
estacionaram, estão aqui os meus amigos do SATED que não me deixam mentir, e,
neste ano, ainda veio menos do que o valor estacionado de 2009, não permitindo
financiar mais do que um grupo. Então, nós queremos avançar nesses recursos,
garantindo que a Lei de Fomento saia do papel e seja valorizada (Palmas.)
Nós temos emendas que
tratam do passe livre para estudantes, e eu vou discutir oportunamente.
Mas nós queremos deixar
registrada a nossa crítica a essa prática de mandar o Orçamento, votar e,
muitas vezes, não executar. No ano passado, nós conseguimos a aprovação de R$
250 mil para o Plano Municipal do Livro e da Leitura. Vocês sabem quanto foi
executado? Menos de R$ 70 mil, porque se vota e não se executa. O Governo, para
rejeitar a minha emenda de regularização fundiária, disse que vai tirar do
cadastro imobiliário; tem R$ 9 milhões todos os anos, guardados, que não são
executados, porque eles pegam e botam e outras coisas! E nós cobraremos nesta
tribuna...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: ...Para concluir, Presidente, nós cobraremos na tribuna, nas
ruas de Porto Alegre, porque nós sabemos que, para o Orçamento responder às
demandas sociais, às lutas populares, é necessário mudar correlação de força,
aumentar a luta do povo e garantir com que, a partir da mobilização, a gente
conquiste um Orçamento que, de fato, contemple a luta pela saúde, pela
educação, pela cultura, pela moradia, por direitos humanos fundamentais.
(Palmas.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra para discutir o PLE nº 036/14.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, ainda que assustado com a ideia de que teremos que enfrentar a
discussão de 26 emendas destacadas, quero acentuar, no encaminhamento da
votação desta matéria, Orçamento.
Vereador-Presidente,
solicito que V. Exa. diga ao pessoal do tambor o seguinte: se eles estão aqui
batendo tambor para que a gente apoie a reivindicação das pessoas que querem
habitação popular, eles já atingiram o objetivo, pelo menos com relação a mim,
eu vou apoiá-los; mas que permitam que eu fale sobre o Orçamento, onde, por
incrível que pareça, esse assunto não está diretamente discutido.
Por isso, Sr.
Presidente, eu quero, com objetividade, para que nós possamos ter, Ver. João
Bosco, serenidade nas votações, acentuar uma característica do relatório
apresentado pelo Ver. Ferronato, que conseguiu aprovar 80% das emendas
propostas, o que é – aqueles que têm mais tempo de Câmara sabem – uma raridade
nesta Casa. É bem verdade, Ver. Nereu, que algumas das propostas apresentadas,
e que foram por ele parcialmente aprovadas, foram duramente recortadas, mas
foram racionalmente recortadas. Vereador-Presidente, não é possível que as
pessoas não percebam que não basta apresentar as emendas aqui na Casa: elas têm
que ser aprovadas, algumas correm o risco de ser vetadas e outras tantas de não
ser cumpridas. As emendas que foram aprovadas, muitas delas, repito, com
recortes, pelo ilustre relator, foram discutidas, acertadas com os técnicos e
serão cumpridas, isso é o mais importante. Entre as que serão cumpridas, Ver.ª
Sofia, há algumas entidades com maior condição e justiça de serem atendidas,
entre as quais a Associação Cristã de Moços, que será atendida por uma das
emendas com o conjunto de Vereadores, sustentada pela Ver. ª Sofia Cavedon,
pelo Ver. Kevin Krieger, pelo Ver. Dr. Thiago, Ver. João Bosco, por este
Vereador, e até por V. Exa., Sr. Presidente. Nós queríamos mais, bem mais, mas
não conseguimos, mas iniciamos e já temos um ponto de partida, já temos a
garantia do reconhecimento da injustiça, do apoiamento do trabalho feito pela
ACM, lá no Morro Santana. Como, também de resto, o apoiamento material para a
realização, no próximo ano, da Semana da Restinga está plenamente assegurado.
Então, Sr. Presidente,
fico por aqui e me reservo para, na oportunidade dos destaques, discutir um ou
outro destaque que venha a ser objeto de discussão. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Dr. Thiago está com a palavra para discutir o PLE nº
036/14.
O SR. DR. THIAGO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, acho que vamos ter uma profícua
e grande discussão com relação a temas importantes para a Cidade.
Hoje é o Dia
Internacional de Combate à Aids, mas, infelizmente, estamos a lamentar os
números que já explicitei aqui. O Brasil tem 20 casos de Aids para cada 100 mil
habitantes, o Rio Grande do Sul tem 40, e Porto Alegre tem 100. E uma das
emendas que nós propomos aqui na Lei Orçamentária diz respeito à capacitação,
Ver. Janta, do Centro Municipal de Planejamento Familiar, que trabalha, também,
na questão de combate e prevenção das DSTs e Aids; portanto, é fundamental no
tratamento dessa patologia que tem dizimado a população gaúcha e brasileira.
É verdade que hoje a Aids passou a ser uma doença crônica, mas não menos importante. Infelizmente, as ações preventivas não têm abarcado a população mais vulnerável ao HIV: mulheres casadas, idosos com mais de 60 anos e jovens no início da sua vida sexual. E o Centro Municipal de Planejamento Familiar executa, exatamente, essas ações preventivas. Nós destacamos essa emenda, Ver. Janta, porque ela não está contemplada dentro das emendas aprovadas: uma emenda para potencializar ações do Centro Municipal do Planejamento Familiar, que é um Centro Municipal que está dentro de um Hospital público, que é o Hospital Presidente Vargas. A outra emenda que nós destacamos também vem nesse diapasão, é a emenda que pretende ajudar no projeto, que já existe, da qualificação e ampliação da única maternidade pública vinculada diretamente à Secretaria Municipal de Saúde, que é a maternidade do Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas. Então, nós acreditamos na ajuda e no auxílio do conjunto dos Vereadores, essas emendas são muito importantes para a rede pública, para o único Hospital Materno-Infantil, público, vinculado à Secretaria Municipal de Saúde, e que, sem dúvida, pode fazer uma grande diferença no que se refere ao atendimento das mulheres e das crianças e, principalmente, no combate e prevenção, Ver. Bernardino, dessa grande chaga, que é a Aids. Eu cito o Ver. Bernardino, porque foi o Vereador que comigo assinou a lei que possibilita a ampliação do teste rápido aos postos de saúde municipal. Naquele momento, Ver. Bernardino, foi uma lei em que houve uma grande resistência por parte, inclusive, da Secretaria Municipal de Saúde, e, hoje, na constatação desses números, mostra-se uma lei não só eficiente, como muito importante na qualificação e na quantificação dessa verdadeira epidemia que acorre à população de Porto Alegre. Então, eu conto com a ajuda do conjunto dos meus colegas no sentido de poder qualificar a atenção à saúde, melhorar o atendimento às pessoas que mais precisam de saúde em Porto Alegre.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para discutir o PLE
nº 036/14.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr.
Presidente, público que nos assiste nas galerias, principalmente a senhora e o
senhor que nos assistem em casa, este momento era para ser um dos mais
importantes para esta Casa, um dos mais importantes para nós, representantes do
povo. Eu que estou aqui no meu primeiro mandato, no ano passado, achei que era
um dos momentos mais importantes em que eu estava exercendo o meu mandato de
Vereador. Mas vi que este momento é uma grande obra de ficção, é uma grande
enganação que se vê. No ano passado, o Ver. Pujol disse aqui que o Relator
conseguiu aprovar 80% das emendas, também. Quero dizer aos artistas que, no ano
passado, o Relator, por demanda popular, por quase cem mil assinaturas, pelas
galerias lotadas, por uma necessidade popular que todos os dias se vê, no dia a
dia das pessoas, destinou, por emenda sua, R$ 1 milhão para abrir 17 postos de
saúde, este ano, até as 22h, mas isso não foi cumprido. É uma obra de ficção! A
Ver.ª Fernanda mesmo citou aqui emenda que não foi cumprida, a Ver.ª Lourdes
vai citar emendas que não foram cumpridas, todos os Vereadores vão citar aqui
emendas que não foram cumpridas, e o povo vai citar várias coisas que não foram
cumpridas. Isso parece o “Transformers”, de tanta ficção que é, de tanta ilusão
que é vendida ao povo e aos Vereadores. É uma previsão, mas, na hora de
executar, é uma ilusão. Nós participamos de todas as plenárias do OP, no ano
passado e neste ano. Em todas as plenárias só mudou a ordem: primeiro, segundo;
primeiro, segundo! Mas em todas plenárias do OP as duas prioridades foram:
moradia e saúde 24 horas! Em todas as regiões! Na Prefeitura, a chapa que
ganhou as eleições foi a Saúde 24 Horas! O Governo não cumpre as temáticas do
OP. Há demandas de 10 anos que não são cumpridas! O orçamento que esta Casa
aprova, não se cumpre! Quem fez a emenda de R$ 1 milhão para abrir os postos de
saúde até as 22h foi o relator do projeto, foi o Líder do Governo, e o Governo
não cumpriu essa emenda! Assim como não vai cumprir a emenda dos artistas,
porque esse Governo não tem palavra! Eles podiam ter feito a emenda da Ver.ª
Fernanda, mas, por capricho, não deram a emenda para a Vereadora dita de oposição!
Não respeitam a decisão do povo! Perguntem para a FRACAB, que está aqui, se
cumpriram este ano uma emenda dela que estava no Orçamento! Perguntem para os
deficientes, para as pessoas de Porto Alegre! Acho que vamos discutir muito!
Estamos aqui para representar o povo de Porto Alegre!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra para discutir o
PLE nº 036/14.
O SR. DELEGADO CLEITON:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, senhores que nos assistem aqui e na TVCâmara,
nós temos hoje várias emendas importantes, que iremos discutir, gradativamente,
para que possamos fazer um acordo, para que algumas entrem no Orçamento, no
Município, mesmo sabendo das dificuldades orçamentárias dessa Administração. Então,
uma delas, que nós priorizamos, e que eu acho que é importante, porque é um
trabalho de luta que se tem feito, é o Enfrentamento ao Racismo Institucional e
a Promoção da Igualdade Racial. Nós fizemos o encaminhamento de um valor, e
peço aos senhores que tenham uma visão mais ampla dessas necessidades, dessa
verba, para que possamos investir no combate ao preconceito. Há outras emendas,
e aí eu vou dar um tiro no pé, porque o ano passado nós fizemos emendas
parecidas, e, infelizmente, alguns secretários – ou o Secretário – não
utilizaram esses valores, que para mim, são de extrema importância, que é para
a Secretaria de Segurança, Ambiente Seguro, e o valor do Centro de Formação e
Treinamento da Guarda Municipal. Então, nós estamos solicitando também que
venha um valor, para que possamos, cada vez mais, melhorar a Guarda Municipal.
Hoje mesmo fui visitar o
Postão da Cruzeiro e lá vi o temor dos funcionários em trabalhar nesse local.
Inclusive, quero saudar alguns que permaneceram, porque sabem que é necessário
aquele posto aberto, que é necessário o atendimento às pessoas que lá recorrem;
e hoje estava lotado! E muitos diziam: “Nós estamos aqui, por extrema
necessidade, porque continuamos sendo ameaçados pelo tráfico local.” Lá estavam
dois guardas tentando ajudar na manutenção, ou seja, dar segurança aos
trabalhadores daquele local e às pessoas que lá ficam. Então, é necessária,
sim, essa verba para a Guarda Municipal para que ela se habilite cada vez
melhor.
E há uma emenda que nós
estamos aqui pedindo que votem favorável, pois foi um acordo que fizemos aqui
com a Ver.ª Sofia também. É um valor pequeno, mas que tem a ver com a cultura
das periferias, que é um valor destinado ao hip-hop.
Então, senhores, são as
emendas que eu priorizei e, depois, vamos discutir, sim, a valoração da
habitação – eu, que fui presidente da CUTHAB – e algumas situações da cultura e
das creches de Porto Alegre.
O Sr. Airto Ferronato: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nós estamos modificando a
posição e aceitando a emenda dos recursos para o hip-hop.
(Manifestações nas
galerias.)
O SR. DELEGADO CLEITON: Eu
lhe agradeço. Vida longa ao hip-hop e
à cultura das periferias.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. CLÀUDIO JANTA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Solicito abertura do painel eletrônico para verificação de
quórum, solicitada pelo Ver. Clàudio Janta. (Pausa.) (Após o fechamento do
painel eletrônico.) Vinte Vereadores
presentes. Há quórum.
A Ver.ª Lourdes Sprenger
está com a palavra para discutir o PLE nº 036/14.
A SRA. LOURDES SPRENGER: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste; nós
estamos aqui discutindo um Orçamento de R$ 6 bilhões. Nós apresentamos emenda
visando a corrigir ou a assemelhar o Orçamento do ano de 2014 para 2015. Mas me
parece que não há um interesse em cumprir o que já está determinado, como, por
exemplo, a Lei das Carroças. Cadê o dinheiro da Lei das Carroças? Se olhar lá
na meta do Porto da Igualdade, ele não aparece, tem uma redução de 23,59%. Só
que essa Lei, para ser implantada, recebeu R$ 9 milhões do BNDES e um
compromisso da Prefeitura de mais verba para a inclusão social. Então, na
medida em que nós queremos a retirada das carroças, aprovada por lei, nós
também queremos a transparência dos valores.
O Orçamento da SMAM, ao
qual já me referi hoje à tarde, com essa redução significativa, 55,93%, mais da
metade do Orçamento, então, fecha-se a SMAM! E mais: a SEDA. Com tantos animais
por aí, com tantas doenças, com tanta reclamação, com tantos casos não apurados
por falta de políticas públicas, tem um valor significativo reduzido no seu
Orçamento de 29,88%. E aí, o que se faz, se trabalha-se como? Com várias
reclamações diárias, cobrança de falta de atendimento...
O Sr. Dr. Thiago: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Vereadora, a senhora, que é
douta no tema, eu queria entender direitinho. Nós estivemos lá no Canil
Municipal, e uma das grandes questões trazidas pelo Secretário era a
dificuldade de recursos para poder capilarizar mais a Secretaria. Eu queria que
a senhora nos informasse, então, como é que é isso: restringe recurso, mas a
Secretaria precisa?
A SRA. LOURDES SPRENGER:
É exatamente assim. E mais: além do Orçamento, nós temos o Fundo Municipal dos
Direitos Animais, que foi criado para projetos, tem que fazer projetos. Na
época em que ele foi criado, previa-se em torno de 20 projetos de captação de
recursos. Eu não acho tão difícil para uma Prefeitura com tantos
relacionamentos conseguir recursos para o Fundo Municipal dos Direitos Animais.
Basta fazer projetos e trabalhar.
Então, nós estamos
ouvindo que a Secretaria não tem recursos, porém se aprovou um bom Orçamento o
ano passado. Até o mês de setembro, trabalharam nesse Orçamento com prestação
de contas e foram pagos 40 e poucos por cento do Orçamento. E me parece que não
há interesse de se colocar o Orçamento, principalmente nessa Secretaria. E nós,
da sociedade, continuamos, como vimos lá no Canil, com animais esperando
adoção, com animais procriando. Não adianta paliativos, fazer dez trabalhos
numa vila, dez noutra. Tem que liberar! Assisti a uma palestra na cidade de
Bagé nesse fim de semana. Liberaram a esterilização, sim. Liberaram a
esterilização, estão atendendo animais; tratam, retornam ao mesmo local. Ou,
quem sabe, vamos deixar a procriação indiscriminada na Cidade? Porque recursos
tem!
Não nos satisfaz a
informação do Secretário que diz que este Orçamento é real, dando a entender
que os demais não eram reais. Então, nós fizemos o que, o ano passado, aqui?
Aprovamos projetos que não eram reais! Agora, o Secretário vem e faz esses
ajustes, porém em determinadas Secretarias que não são finalísticas. Tem um
grande aumento – aumento, por exemplo, na própria Secretaria da Fazenda, de 32%
em função de transferir uma atividade que é da FASC, porque agora a Secretaria
vai assumir essa atividade. Ora, as áreas finalísticas... Até a acessibilidade
me chamou atenção, que é uma área muito importante para a Cidade, e nós temos
muitas pessoas que precisam...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para término do pronunciamento.)
A SRA. LOURDES SPRENGER: ...Vou
concluir, Sr. Presidente. Então, a acessibilidade, o atendimento às pessoas
necessitadas nessa área, basta ir à periferia para ver as dificuldades, e não é
só na periferia, muitas pessoas de classe média também passam muito trabalho
para deslocamento...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Ver.ª Lourdes Sprenger, o Ver. Bernardino Vendruscolo se
inscreve e cede o seu tempo a V. Exa., que poderá usar da palavra por mais
cinco minutos.
A SRA. LOURDES SPRENGER: Então,
analisando esse Orçamento, porque eu gosto de números, os números revelam
muito, revelam dados, revelam falcatruas, revelam ineficiência administrativa.
Eu sou apaixonada por números, trabalhei por anos em auditoria, realizei-me
profissionalmente e hoje estou aqui como parlamentar. Analisei profundamente
esse Orçamento e vi que não é bem assim, Sr. Secretário, dizer que os outros
subestimaram os outros orçamentos! E vi números que não se entendem. Diminuem
no DEMHAB, que é habitação, em 23%. Esse Orçamento não dá para ser votado
assim! Não dá! Porque eu tenho indicadores, eu estudei e vi que há esses
manejos aqui que não vão atender à causa animal também. Muito obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLE
nº 036/14.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, eu gostaria de dizer que eu assino embaixo, Ver.ª
Lourdes, porque eu também percebo, já há alguns anos, que as secretarias –
secretarias meio, Secretaria de Governança – são secretarias que estão ganhando
volume de recursos, e isso a gente percebe na vida da Cidade, enquanto há uma
desidratação, por exemplo, na Secretaria da Cultura. Bom, o Secretário do Meio
Ambiente veio aqui dizer que ele não tem orçamento. A Secretaria de Esportes
vive à míngua. Secretarias como a SEDA – que é muito exigida e que precisaria
funcionar – quase sem recursos. E eu quero, neste debate do Orçamento, já
iniciar o debate sobre o tema da educação infantil comunitária. Nós fizemos o
debate da diretriz, e a diretriz, se aprovada, implicaria, nas nossas contas,
R$ 11,7 milhões para equalizar: custo/aluno Fundeb; repasse instituições
infantis comunitárias. As instituições infantis comunitárias fizeram uma emenda
popular. Senhores, uma emenda popular precisa de três entidades para assiná-la.
As instituições infantis, com todas as dificuldades – porque fazem trabalho
gratuito na periferia, porque têm que substituir funcionário, porque não têm
ninguém liberado para ficar fazendo lobby
para cá e para lá –, conseguiram organizar 61 assinaturas. Sessenta e uma
assinaturas, com ata, senhores, das assembleias, com o carimbo da entidade.
Olhem que bonito! (Mostra documentos.) Vieram, estudaram o Orçamento com a DL,
a quem agradeço publicamente, em especial ao Sandro, ao Luiz Afonso. Ajudaram a
construir a emenda, fizeram um trabalho de formiguinha, bonito de ver, e se
contentaram em colocar, Ver. Delegado Cleiton, não os R$ 11 milhões, porque
perceberam a dificuldade de indicar fontes de recursos, e construíram uma
emenda de R$ 2,5 milhões. E falo para os senhores: R$ 2,5 milhões é uma
recomposição gradativa do que há de diferença entre o custo/aluno instituições
Porto Alegre e o custo/aluno Fundeb. Gradativa, só dá 5% do convênio. Cinco!
Portanto, em quatro anos é que as instituições chegariam ao valor custo/aluno
Fundeb. É uma generosidade. Eu quero agradecer ao Ver. Airto, que fez um grande
esforço em relação às outras emendas. Não é nada com o relator, a gente sabe
que a dificuldade é opção de gestão do Governo. É opção de gestão! Mas eu quero
falar aos senhores e às senhoras: as fontes de recurso são de Publicidade!
Publicidade de cinco Secretarias, para compor. Não foi para quebrar nenhuma
rubrica, para deixar alguma Secretaria sem nada. Então, sai um pouco da
Secretaria da Fazenda, que a Ver.ª Lourdes bem refere, aumentou seu orçamento;
sai um pouco do Gabinete do Prefeito; da Governança; um pouco da SMOV. Isso
tudo é Publicidade. Então essa reflexão eu gostaria de fazer com V. Exas., e
agradecer os 14 votos. São votos de Vereadores sensíveis, votos de Vereadores
que têm compromisso com a criança, Vereadores e Vereadoras que estão na
periferia, que têm relação com as instituições, que são de muitos partidos e
não são de partidos. Esta é uma emenda popular, uma emenda que busca em 5, 6
secretarias e um pouquinho da SMED. Portanto ela recupera parcialmente a enorme
injustiça que é feita com quem trabalha com as nossas crianças. e eu peço
apoio. Muito obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Jussara Cony está
com a palavra para discutir o PLE nº 036/14.
A SRA. JUSSARA CONY: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, em nome do Ver. João Derly e em
meu nome, em nome da nossa Bancada, quero cumprimentar os que ainda resistem
aqui, os lutadores, aqueles que estão lutando, acompanhando, dialogando com os
Vereadores, os companheiros da UAMPA, os companheiros do SATED e os
companheiros também da ocupação Marcos Klassmann, um bravo lutador da época,
Vereador cassado, um homem que teve um papel importantíssimo na luta pela
redemocratização do nosso País. É muito bom que vocês estejam aqui, dando
continuidade a esta luta pelo sagrado direito de morar. A Bancada do PCdoB está
junto, como não poderia deixar de ser. Aqui eu acho que não é uma questão, como
procuram nos impingir, não é uma questão administrativa, discutir o orçamento.
É uma questão de gestão política. Gestão de Estado, gestão de Município, enfim.
E é nesse sentido que a Bancada do PCdoB vai se manifestar, porque são decisões
absolutamente políticas. E fico pensando que a mim não cabe, não serve e eu não
gosto, porque política e gestão são coisas sérias, não podemos desestruturar e
menosprezar a luta política, o debate político. Por exemplo, as nossas emendas
da Bancada do PCdoB do ano passado não foram, nenhuma delas, executadas. Outros
Vereadores já disseram isso aqui. Nós somos uma peça; o Orçamento é uma peça e
o debate é um faz de conta? Então é tudo um faz de conta! Então quero
manifestar essa nossa preocupação, antes de mais nada, e digo isso por que, o
que vemos é a incapacidade de cumprir o Orçamento de 2014 e enviar para 2015 um
Orçamento de arrocho. É disso que estamos tratando! Vários programas relevantes
são colocados com R$ 1 mil, com R$ 5 mil, com R$ 10 mil para a execução de
ações durante todo ano. Então é fictício, são rubricas artificialmente
construídas. E dou um exemplo aqui: a política de plantas medicinais, que foi
aprovado R$ 700 mil na emenda do ano passado, uma política estratégica sob o
ponto de vista de produção na nossa área rural, que pode fazer a articulação
com o Governo Federal sob a ótica de projetos para nossa zona rural, hoje à
tarde estávamos discutindo aqui, projeto de plantios de medicinais para
inclusive ser transformado em medicamentos e chegar nas Unidades Básicas de
Saúde como uma alternativa concreta, correta, como mais uma alternativa do uso
correto de medicamentos. Não tem, é R$ 1 mil. Como se faz uma política como
essa, que desenvolve ciência e tecnologia com R$ 1 mil? Não dá, Ver. Janta, é impossível!
A avaliação dos técnicos da Fazenda é de que a Prefeitura não executou o
Orçamento previsto em 2014, e eu digo: demonstra total incapacidade gerencial,
desarticulação com os Governos Estadual e Federal, e desarticulação também com
a sociedade organizada, a sociedade real, não com a sociedade fictícia. Quero
finalizar dizendo, para não passar do meu tempo, que mais uma vez a Prefeitura
engessa o Orçamento Participativo inserindo obras de gestão, como as que
estavam no PAC da Copa e foram retiradas pelo Prefeito, e não cumpre com as
necessidades básicas das comunidades, como escolas bem equipadas. Coloca R$ 1
mil para Internet em todas as escolas, quadras esportivas, reforma e ampliação
das Unidades Básicas de Saúde, e das escolas de educação infantil. Então, é
impossível fazer política pública do modo
como esse Orçamento está posto.
Eu deixaria uma
pergunta: vamos engessar, Ver. Clàudio Janta, 2015, para liberar em 2016? Essa
é a pergunta que deixo no ar. Como será o Orçamento de 2016? Então, engessa
agora para liberar em 2016? Eu acho que nós temos que ter um aprofundamento
muito grande na discussão da Peça Orçamentária, porque ela é uma decisão
política e não uma decisão meramente burocrática. É política para a cultura,
para a educação, para a saúde, para a moradia, para a segurança, mas
fundamentalmente, políticas públicas para que a UAMPA possa cumprir o seu papel
de ser a organização da comunidade, da sociedade. Depois a gente discute as
emendas, agora é só a questão da Peça Orçamentária.
(Não revisado pela
oradora.)
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Solicito abertura do painel eletrônico para verificação de
quórum, solicitada pela Ver.ª Fernanda Melchionna. (Pausa.) (Após o fechamento
do painel eletrônico.) Catorze Vereadores presentes. Não há quórum.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia – às
18h24min): Encerrada a Ordem do Dia.
PAUTA - DISCUSSÃO
PRELIMINAR
(05 oradores/05
minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. Nº 2094/14 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR
DO LEGISLATIVO Nº 025/14, de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa, que altera o inc. I
do art. 7º e o art. 9º e inclui inc. IX no art. 8º e Seção IV – Das Áreas de
Proteção ao Ciclismo de Competição –, com arts. 18-A, 18-B e 18-C, no Capítulo
I do Título II da Parte II, todos na Lei Complementar nº 626, de 15 de julho de
2009 – que institui o Plano Diretor Cicloviário Integrado e dá outras
providências –, e alterações posteriores, incluindo áreas de proteção ao
ciclismo de competição no rol de elementos integrantes do sistema cicloviário e
dando outras providências.
PROC. Nº 2165/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO
Nº 204/14,
de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa, que obriga os empreendimentos constantes
no Anexo 4 da Lei Complementar nº 626, de 15 de julho de 2009, alterada pela
Lei Complementar nº 710, de 18 de fevereiro de 2013, em que haja vagas de
estacionamento para seus clientes a instalarem paraciclo ou bicicletário de uso
público nesses locais.
PROC. Nº 2251/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO
Nº 212/14,
de autoria do Ver. Cláudio Conceição, que concede o título de Cidadão de Porto
Alegre ao senhor Marcino Fernandes Rodrigues Junior.
2ª SESSÃO
PROC. Nº 1009/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO
Nº 097/14,
de autoria do Ver. Delegado Cleiton, que estabelece normas para o exercício de food truck.
PROC. Nº 1784/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO
Nº 165/14,
de autoria do Ver. Elizandro Sabino, que obriga as unidades hospitalares, as
clínicas, os ambulatórios, os centros de saúde e os estabelecimentos similares
a comunicar, formalmente, os casos de atendimento a criança ou adolescente com
suspeita ou confirmação de uso de bebida alcoólica ou substância entorpecente
ao Conselho Tutelar que abranger o bairro no qual residam e dá outras
providências.
PROC. Nº 1879/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO
Nº 178/14,
de autoria do Ver. Delegado Cleiton, que estabelece procedimentos para o manejo
orientado de pragas e vetores sinantrópicos.
PROC. Nº 1959/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO
Nº 182/14,
de autoria da Verª Sofia Cavedon, que obriga as empresas que operam estações de
bicicletas de aluguel a instalar, junto a estas, bicicletários com, no mínimo,
5 (cinco) vagas.
PROC. Nº 2143/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO
Nº 200/14,
de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que obriga a instalação de bancos nos
abrigos de ônibus das linhas do Município de Porto Alegre e determina que a
despesa para a implementação desta Lei seja custeada pela iniciativa privada,
por meio de convênios com o Executivo Municipal que proporcionem a exploração
de material publicitário nesses abrigos.
PROC. Nº 2342/14 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR
DO LEGISLATIVO Nº 027/14, de autoria do Ver. Cassio Trogildo, que inclui art. 124-A
na Lei Complementar nº 133, de 31 de dezembro de 1985 – que estabelece o
Estatuto dos Funcionários Públicos do Município de Porto Alegre –, instituindo
Gratificação de Permanência em Serviço, destinada a servidores municipais.
PROC. Nº 2395/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO
Nº 221/14,
de autoria do Ver. Airto Ferronato, que obriga as empresas e as concessionárias
que fornecem energia elétrica, telefonia fixa, banda larga, televisão a cabo ou
outro serviço por meio de rede aérea a retirar de postes a fiação excedente e
sem uso que tenham instalado e dá outras providências.
PROC. Nº 2400/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO
Nº 222/14,
de autoria do Ver. Alberto Kopittke, que altera os arts. 2º e 6º da Lei nº
11.704, de 10 de outubro de 2014 – que obriga as casas noturnas a instalar
dispositivo eletrônico de contagem de pessoas presentes no estabelecimento e dá
outras providências –, alterando a definição de casas noturnas e ampliando o
prazo para que esses estabelecimentos se adequem ao disposto nessa Lei.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a
Pauta.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Vereador-Presidente;
obrigada, senhores e senhoras, Vereadores; eu acho que foi sábia a decisão. Nós
voltaremos com o plenário completo para tomar as decisões sobre o Orçamento;
chega esta hora, a votação é parcial. Quero parabenizar a presença e
persistência das instituições, das comunidades, e convidar para quarta-feira.
Em discussão preliminar
de Pauta, tem um projeto de minha autoria que nós gostaríamos que pudéssemos
avaliar, Ver. Marcelo Sgarbossa, inclusive pela sua contribuição. Longe de mim,
dominar qualquer coisa em relação a bicicletas, mas me intriga por demais a
Bike Poa, que é o uso do espaço público, uma oferta de serviços na área pública
da cidade de Porto Alegre, e não há contrapartida nenhuma pública. Se a gente
olhar a bicicleta e o equipamento, os senhores verão a propaganda de um banco.
O Bike Poa é liberado para funcionar na Cidade, Ver. Pujol, e ainda tem um
banco que faz propaganda naquele equipamento, e eu não tenho, Ver. Brasinha,
nenhuma contrapartida pública, a não ser o serviço pelo qual as pessoas pagam.
Então, se o senhor quisesse, Ver. Brasinha, colocar na via pública, um aluguel
do seu carrinho, aquele bonitinho, pequeno, que barbada, poderia colocar até um
banco ali e botar a rodar. Será que isso é forma de tratar a área pública? Eu
acho bastante suspeito.
Eu estou fazendo uma
proposta que corrige isso, uma contrapartida mínima, pública, que é que as
estações Bike Poa tenham lugar para estacionamento de bicicleta privada,
particular. Então, eu tenho a minha bicicleta, e é uma dificuldade para os
ciclistas, hoje, em Porto Alegre, para estacionar num lugar seguro, largar a
sua bicicleta, ir ao cinema, ir trabalhar, porque não tem ideia de como essa
bicicleta estará na volta. Há pouquíssimos estacionamentos para bicicletas, e a
nossa humilde lei, Ver. Sgarbossa, e peço a sua contribuição, exige que as
estações das bicicletas de aluguel instalem junto a elas bicicletários com, no
mínimo, cinco vagas.
Nós temos, na frente de
um CFC, um bicicletário, as pessoas vão com suas bicicletas e não têm onde
estacionar, porque ali estão as bicicletas para alugar, bicicletas que têm
custo e que fazem propaganda de um banco. Então eu quero dizer que aqui está
tramitando esse projeto de lei, o qual nós não vamos conseguir votar
imediatamente, que diz respeito ao cuidado que nós temos que ter para ter
contrapartidas públicas em todo o uso de área pública que acontecer na cidade
de Porto Alegre.
Outra coisa que me
intriga é que, na antiga Praça da Encol, vizinha lá da minha região, há uma
obra enorme – e eu não tenho nada contra o tênis –, que está sendo construída
por uma organização de senhores e senhoras, vizinhos e atletas, para a construção
de uma terceira quadra de jogo de tênis na praça, que, obviamente, será um
clube fechado, mas todo mundo vai dizer: “Quem quiser, vem aqui jogar!” Só que
não é bem assim, gente! É de um grupo de amigos, tem lista, é quase uma
confraria. E aquilo está tudo cavoucado, Ver. Fraga. Eu ainda não fiz um Pedido
de Informações, mas se V. Exa., que representa o Governo, puder, veja para nós,
para termos um esclarecimento, como está sendo tratada a exploração. Ela será
toda iluminada, haverá campeonato na Praça da Encol, que, em princípio, será
realizado por praticantes desse esporte,
mas que, pelo jeito, será um clube relativamente fechado. Então, senhores,
está muito complicado, já que está estabelecida a questão da contrapartida na
cidade de Porto Alegre quando do uso da área pública, da exploração dos espaços
públicos.
Hoje veio o Secretário
da SMAM, e foi identificado um fato gravíssimo de que tem quatro milhões de
contrapartidas ambientais que não foram aplicadas, e que não há fiscalização
disso. Acho que a Cidade precisa abrir o olho para essas coisas. Nós não
podemos ter o interesse público submetido a grupos, a interesses privados.
Então eu espero que esta
Casa avalie com muito carinho, aprove com celeridade uma contrapartida para o
BikePoa, para que sejam colocados bicicletários para quem tem a sua própria
bicicleta.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Clàudio Janta está
com a palavra para discutir a Pauta e, depois, prossegue em Comunicação de
Líder.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, eu queria falar aqui do projeto do Ver. Cassio
Trogildo, um projeto importante para o povo de Porto Alegre e para o
desenvolvimento da nossa Cidade que, a cada dia que passa, vem perdendo
servidores públicos. A cada dia que passa, vemos servidores de carreira,
pessoas capacitadas sendo substituídas por Cargos de Comissão, os CCs. E o Ver.
Cassio apresenta um projeto, Ver. Brasinha, que já existe no Governo do Estado
– e se não me engano, na União –, que estabelece, baseado no Estatuto dos
Funcionários Públicos do Município de Porto Alegre, uma gratificação de
permanência em serviço. Não é o abono, este direito o servidor já possui; ele
incentiva que o servidor que se aposenta – e isso nós já temos aqui na Casa –
continue trabalhando no serviço público, continue doando a sua experiência, o
seu conhecimento à população de Porto Alegre. Para a senhora e o senhor que
estão em casa nos entender, incentiva aquele engenheiro, aquele arquiteto,
aquele guarda municipal, aquele médico, enfermeiro, aquele técnico a continuar
trabalhando no Município de Porto Alegre, a continuar com a sua vida útil, a
continuar produzindo e, no momento em que ele mais possui conhecimento,
entregar isso para a população de Porto Alegre, ajudando os jovens que estão
ingressando no serviço público.
Então, eu quero dizer ao
Ver. Cassio que nos orgulha poder discutir
um projeto como esse, porque esse, realmente, é um projeto de interesse da
população de Porto Alegre, porque ele vem para ajudar a população de Porto
Alegre.
Assim como o projeto do
Ver. Airto Ferronato, o PLL nº 221/14, que retira essa montoeira de fios que a
gente vê nesta Cidade, essa montoeira de postes que a gente vê nesta Cidade,
prevendo que tudo isso vá para debaixo da terra, que tudo isso seja escondido.
Então, viemos aqui na
tribuna defender esses dois projetos, e também usar o tempo de liderança do
nosso Partido, o Solidariedade, para fazer um alerta a todos os trabalhadores
porto-alegrenses, gaúchos, brasileiros: na semana passada, a Presidente Dilma
Roussef nomeou a trinca econômica, nomeou as três pessoas que serão
responsáveis pela economia do País, as três pessoas que vão dirigir a economia
do País. Só que essas pessoas vêm de uma cartilha, Ver. Dr. Thiago, que prega o
desmonte da indústria nacional, uma cartilha que prega o desemprego, o arrocho
e a recessão; eles vêm de uma cartilha na qual quem tem que se beneficiar é
quem vem se beneficiando neste País: o sistema financeiro. Tanto que, se nós
olharmos, depois, no dia seguinte, em que são ouvidas todas as pessoas que
influenciam a economia neste País – presidentes das centrais, das confederações
da indústria, da agricultura, do comércio, as centrais de trabalhadores –, os
únicos que elogiaram essa trinca foram os banqueiros: o presidente do Itaú, o
presidente do Bradesco, o presidente da Federação dos Bancos. Estes foram os
que disseram que os nomeados serão pessoas maravilhosas para a economia. Serão
pessoas maravilhosas para o capital especulativo, porque, com certeza, nós deveremos
entrar numa grande recessão, com certeza, são pessoas que já disseram que são
contra o incentivo à industria nacional, que vem segurando os empregos, que vem
investindo no mercado interno, que vem reduzindo o IPI dos produtos de linha
branca, geladeiras, fogão, liquidificadores – os eletrodomésticos –, que vem
investindo no IPI da indústria automobilística, que vem segurando a indústria
nacional, que, automaticamente, vem segurando o comércio. E esse trio diz que é
contra essa redução de impostos. Esse trio diz que é contra o investimento que
o Governo vem fazendo na indústria nacional e, principalmente, na área social.
Acho que teremos dias
turbulentos pela frente. Nós teremos um 2015 de muita luta, de muito arrocho,
de muito povo na rua, porque, se nós não tivermos uma política econômica
voltada para o crescimento da indústria nacional, se nós não tivermos uma
política econômica voltada para o mercado interno, voltada para diminuir os
juros, voltada para o crescimento, volto a repetir, da indústria nacional, nós
estaremos fadados a beneficiar a especulação, nós estaremos fadados a
beneficiar os juros altos, nós estaremos fadados a ficar refém do sistema
financeiro, que é o que está acontecendo na maior parte do mundo.
Quero fazer este alerta
aos trabalhadores de Porto Alegre, fazer este alerta aos trabalhadores
brasileiros, que este ano de 2015 será de muita luta, de muita reivindicação,
porque a política econômica desenhada pelo Armínio Fraga, que é o mentor dessa
equipe econômica, será uma política de recessão, de arrocho e desemprego.
Com força, fé e
solidariedade, nós vamos lutar para melhorar a vida dos trabalhadores
brasileiros e suas famílias. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Cassio Trogildo está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. CASSIO TROGILDO: Sr.
Presidente, Professor Garcia; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, público que
nos assiste pela TVCâmara, venho a esta tribuna para tratar de um projeto que
corre na 2ª Sessão de Pauta, na tarde de hoje, que diz respeito à criação de
uma gratificação de permanência aos servidores do nosso quadro municipal,
projeto esse que o Ver. Janta já abordou e que muito bem o defendeu, e eu quero
complementar o que o Ver. Janta colocou. Inclusive, na publicação da Revista
Astec, dos servidores técnicos de nível superior do Município, tem um artigo
assinado pelo Celso Afonso de Lima, que é um articulista, engenheiro aposentado
do DMAE, que fala justamente dessa questão. O texto dele fala das empulhações
do abono permanência e paridade, mas justamente colocando que o abono
permanência, Ver. Pujol, hoje, não traz nenhum incentivo à permanência daquele
servidor que já conquistou o seu tempo para ter aposentadoria, mas que,
eventualmente, prefere continuar na ativa no Município de Porto Alegre. Esse
processo já acontece no Governo do Estado, e nós trazemos esse projeto, em 2ª
Sessão de Pauta, para apreciação de todos os nossos colegas Vereadores, que vai
ser a criação de uma gratificação correspondente a 50% do valor básico, para
que esse servidor que entender que ainda queira contribuir para a
Administração, possa, sim, ter um incentivo real, um incentivo verdadeiro,
coisa que, hoje, não acontece com o abono permanência. Quero aproveitar também
para tratar um pouquinho da nossa questão orçamentária. Quero Ver.ª Sofia, já
que a senhora está inscrita, tratar um pouco da questão, em especial, de uma
emenda que está sendo bastante discutida. Para que não paire dúvida, ninguém é
contra a Educação Infantil, Ver. Mario Fraga, ou o incremento dos recursos para
a Educação Infantil. A grande verdade é que a administrar os recursos cada vez
mais escassos dos municípios está cada vez mais difícil, principalmente numa
área da assistência social e da educação, que é um programa do Governo Federal,
que é o Fundeb. A SMED, Ver. Janta, gastou com Educação Infantil, em 2013, R$
49.855 milhões, e o Fundeb repassou para Porto Alegre R$ 42.273 milhões. Então,
Porto Alegre tem que incrementar R$ 7.582 milhões. Em 2014, foram R$ 50.929
milhões que a SMED investiu no Ensino Fundamental e na Educação Infantil, e o
Fundeb mandou para Porto Alegre R$ 37.617 milhões. A Prefeitura teve que
incrementar, Ver. Pujol, R$ 13.312 milhões.
Então dizer que a
Prefeitura não investe os recursos do Fundeb na Educação Infantil e na Educação
Básica não corresponde com a verdade dos fatos. Hoje Porto Alegre investe, em
educação, 28,31% do Orçamento, quando constitucionalmente é 25%. Na saúde, não
é diferente; os valores constitucionais apontam 15%, Ver. Janta, quando se
investe 22%, quase 23%, mais a folha de pagamento de todos os demais
servidores. É uma quantidade de recursos que, realmente, faz sobrar muito pouco
recurso para os demais investimentos; mas esses gastos, esses investimentos são
importantes, Ver. Professor Garcia. Agora, se nós precisamos aumentar – e ainda
há pessoas das entidades aqui – os recursos para a Educação Infantil, não
existem mais fontes próprias do Município de Porto Alegre. Nós precisamos, sim,
Ver. Marcelo, tratar de uma grande reforma tributária no País, porque mais de
60% dos recursos estão concentrados na mão do Governo Federal, por isso,
inclusive, os recursos vêm de lá. Agora, esses recursos que vêm do Governo
Federal, que vêm via Fundeb, de fundo a fundo, já não são mais suficientes para
se incrementar os gastos na educação. Eu quero, sim, que se possa incrementar
muito mais os gastos com educação em Porto Alegre, por isso nós precisamos ter
mais recursos do Governo Federal, para que possamos passar mais recursos para as
creches comunitárias.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Pois não, Ver. Pujol.
O SR. REGINALDO PUJOL: Só
quero que conste, Sr. Presidente, que nós estamos inscritos em terceiro lugar,
seria imediato para ocupar o período de Pauta. Evidentemente, o período de
Pauta não vai ser cumprido, vai ficar suspenso, porque não foi concluído.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Vereador, o período de Pauta foi concluído, mesmo com dois,
só que três Vereadores inscritos não puderam falar em função de uma questão
regimental: V. Exa., o terceiro; Ver. Marcelo, o quarto; e o Ver. Dr. Thiago, o
quinto.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Então, se V. Exa. entende que mesmo terminada a Sessão sem
que isso seja concluído, V. Exa. vai dar como concluído, eu quero que V. Exa.
registre que nós estávamos aqui e, mais uma vez, fomos impedidos de falar por
manobras regimentais.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Registramos e volto a dizer, V.
Exa. era o terceiro, o Ver. Marcelo era o quarto, e o Ver. Dr. Thiago era o
quinto. Não é propriamente uma manobra, mas é uma norma regimental.
A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
A SRA.
SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, eu agradeço e é importante essa
possibilidade de diálogo. Quero dizer que compreendo que o conjunto dos
Vereadores não tem a obrigação de entender a dinâmica do Fundeb. Quero deixar
claro que compreendo e que o diálogo é necessário.
O Fundeb é um fundo contábil estadual, de
cada Estado. Em cada Estado o Fundeb captura 20% das receitas líquidas dos
municípios. No Orçamento, como um todo, são R$ 6 bilhões. Se fossem R$ 5
bilhões, 20% disso dá R$ 1 bilhão. Então o conjunto dos recursos do Fundeb,
Ver. Cassio, não é de R$ 49 milhões, não é! O Fundeb captura 20% de todos os
impostos, Estado e Município, essa é a dinâmica do Fundo, e devolve ao Estado e
Município, conforme o censo, o número de alunos. Então uma parte muito pequena
dos recursos do Fundeb vai para o convênio Creche Comunitária. Entra mês a mês,
conforme a entrada da receita. Óbvio que uma receita do município não entra
total. Um doze avos do conjunto da receita é capturado; 20%, tanto do Estado e
Município, de todos os impostos. E volta ao Município e ao Estado, conforme o coeficiente definido pela tabela da Lei,
portanto, não é o mesmo coeficiente quando é Educação Infantil, educação
especial. Tem coeficientes diferentes, aplica-se e retorna esse dinheiro ao
Município. O Município, como tem matriculas a menos, como não regulariza todas
as creches comunitárias, deixa dinheiro no Fundeb, dinheiro seu, imposto;
deixou já R$ 40 milhões, hoje deixa R$ 14 milhões, R$ 12 milhões; não sei, não
tenho os dados de 2014.
Portanto, senhores, de
uma vez por todas, não são... R$ 49 milhões disso, o Município repassa para as
instituições infantis comunitárias. É uma parte muito pequena, tanto que a
prestação de contas do Fundeb – o Luiz Mincarone é conselheiro do Conselho do
Fundeb – é toda a folha de pagamento da rede municipal de ensino. Toda a folha
de pagamento; vou repetir: cinco mil funcionários da SMED são pagos pelo
Fundeb, Ver. Cassio, que é um homem inteligente, um administrador! Então, toda
a folha do Município de Porto Alegre é paga via Fundeb. O Fundeb é muito mais
do que R$ 49 milhões. O que a gente compara, aqui na tribuna, é que o
custo/aluno, que essas instituições... portanto, essa conta, divide esses
recursos pelo número de alunos, a conta que dá, as creches recebem para baixo,
a menos. Elas contribuem, os seus alunos estão lá no senso, e elas recebem
menos do que o valor aluno/Fundeb. Por quê? Porque a Prefeitura gasta mais com
a rede própria. Gasta bem mais com a rede própria. Enquanto o salário de uma
educadora na Escola Infantil conveniada é R$ 1.000,00, ou R$ 800,00, a
professora com Ensino Médio ganha três vezes mais, e está correto, está muito
correto. O piso, Ver. Cleiton, que vocês tanto cantaram aqui de R$ 1.500,00 não
é pago na escola infantil conveniada. E ninguém está cobrando piso, nós estamos
cobrando apenas a referência valor aluno/Fundeb. Eu compreendo, e por isso acho
que o debate tem que ser feito, não tem como obrigação vocês entenderem o que é
o Fundeb. Os recursos da União, no caso do Fundeb, complementam os Estados que
ficam muito abaixo do valor aluno/padrão nacional. No Estado do Rio Grande do
Sul o seu custo/aluno é acima do padrão nacional.
Então, só para dizer,
senhores, que é um debate muito mais profundo. O que é fato na vida é que as
instituições infantis trabalham na miséria e atendem as nossas crianças. Por
favor, vamos corrigir isso.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Estão encerrados os
trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h51min.)
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